Regulação emocional em adolescentes iniciais na perspectiva da psicologia cognitiva
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Data
2022-12-16Autor
Oppitz, Caroline Gaspar
Orientador
Lhullier, Cristina
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A regulação emocional refere-se às estratégias utilizadas pelos indivíduos para manter, aumentar ou diminuir um estado emocional. A transição da infância para a adolescência é marcada por transformações biopsicossociais que contribuem para as mudanças físicas, emocionais e comportamentais do adolescente. Durante a adolescência inicial, entre os 12 e os 15 anos, a imaturidade do córtex pré-frontal colabora na limitação do funcionamento cognitivo em áreas como resolução de problemas, controle de riscos, impulsividade, foco e regulação emocional. Este trabalho de conclusão de curso visa identificar possíveis usos das estratégias de regulação emocional em adolescentes iniciais na perspectiva da psicologia cognitiva. Propõe-se, portanto, apresentar um panorama biopsicossocial da adolescência inicial; descrever a perspectiva da psicologia cognitiva e seus conceitos principais; e caracterizar os modelos de regulação emocional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório e interpretativo. Como fonte, foi utilizado o artefato cultural Turning Red, disponível na plataforma Disney Plus. Foram selecionadas 24 cenas, as quais foram fichadas e catalogadas. A interpretação dos dados foi realizada com base na análise temática descrita por Braun e Clarke. Foram elaboradas quatro temáticas, sendo estas: Características da Adolescência Inicial; Relação do Adolescente Inicial com a Família; Emoções, Sentimentos e Adolescência Inicial; Regulação Emocional e Adolescência Inicial. Com base na análise dos resultados, observa-se que as estratégias de regulação emocional utilizadas com mais frequência pela personagem Meilin são: (a) reavaliação cognitiva: eficaz na redução de afetos negativos, pela reinterpretação das circunstâncias, a longo prazo; (b) direcionamento da atenção: reduziu a intensidade emocional desagradável, por meio das estratégias de apoio social e exercício de respiração, mas intensificou o incômodo da situação vivenciada por meio de ruminação e preocupação; (c) seleção da situação: por intermédio do apoio social, evitar situações incômodas e potencialmente estressantes, selecionando ambientes com pessoas acolhedoras, foi eficaz para a redução da intensidade emocional nos contextos em que se sentia incompreendida pela mãe e acolhida pelas amigas; (d) modulação das respostas: a estratégia de supressão emocional apresentou baixa eficácia, pois apesar de mascarar externamente a expressão emocional, não diminui a resposta emocional gerada. Destaca-se que as estratégias ocorreram predominantemente de maneira implícita, sem a percepção ou consciência do indivíduo. Evidencia-se que, ao longo do artefato cultural, a personagem aprendeu um repertório maior de estratégias de regulação emocional para lidar com a intensa expressão emocional, eliciada pelas mudanças biopsicossociais da adolescência inicial, por meio da abordagem cognitiva de processamento da informação. [resumo fornecido pelo autor]
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