Representações sociais de mulheres migrantes haitianas na mídia jornalística
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Data
2022-12-15Autor
Pavan, Débora Kieling
Orientador
Lhullier, Cristina
Metadata
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As mulheres migrantes haitianas têm sua participação ocultada no processo migratório familiar e, no Brasil, enfrentam preconceitos e uma inserção social precária. A pesquisa das representações sociais atrelada ao gênero visa desvelar as relações assimétricas de poder e dominação. O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é descrever as representações sociais de mulheres migrantes haitianas que emergem na mídia jornalística. Para tanto, foram definidos como objetivos específicos apresentar um breve panorama histórico, social, econômico e cultural do processo migratório haitiano e do processo de assimilação ao contexto brasileiro; caracterizar a condição feminina das mulheres migrantes haitianas no contexto brasileiro; conceituar teoria das representações sociais e suas possibilidades de investigação na perspectiva da psicologia social latino-americana; e definir mídia na perspectiva da psicologia social latino-americana. A revisão da literatura seguiu a organização apresentada nos objetivos específicos. O método tem um delineamento qualitativo, exploratório e descritivo. Como fontes, foram utilizadas 41 reportagens encontradas no portal digital Gaúcha ZH e nas versões impressas do jornal O Pioneiro, publicadas entre 2015 e 2022. Enquanto instrumento, a ficha de documentação viabilizou a codificação dos dados, organizados em forma de mapa conceitual por meio do aplicativo Cmap Tools. Como referencial de análise, foi utilizada a técnica de associação de ideias proposta por Spink no arcabouço da teoria das representações sociais. Nos resultados e discussão, identifica-se que as mulheres migrantes haitianas são descritas a partir de sua condição de vulnerabilidade, que demandam suporte social recebido da comunidade haitiana, da comunidade brasileira e das instituições sociais. As escolhas discursivas da mídia jornalística apresentam, e também ratificam, a dicotomia de que o Haiti é ruim enquanto o Brasil é acolhedor, seja individualizando as histórias e minimizando as barreiras enfrentadas pelas mulheres migrantes haitianas no Brasil ou as colocando no plano de fundo das reportagens ao destacar a comunidade brasileira como sua salvação. As contradições e os silenciamentos dos discursos da mídia geram a manutenção dessa dicotomia e das relações assimétricas de poder sustentadas pelo capital, pelo colonial e pelo patriarcado. Pautada na representação social que se desvela, a (re)tomada do compromisso ético-político na práxis psicológica pode contribuir na emancipação das mulheres migrantes haitianas por meio de políticas públicas sociais a elas direcionadas. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]