Percepção dos cidadãos sobre cidades inteligentes : proposta e validação de uma escala baseada na norma ISO 37122
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Data
2023-09-16Autor
Libardi, Bianca
Orientador
Giacomello, Cíntia Paese
Metadata
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As cidades inteligentes vão muito além da implantação de tecnologias: o exercício da cidadania e o gerenciamento de dados são fatores vitais para o seu desenvolvimento. As pesquisas que se concentram na dimensão subjetiva relacionada à percepção do cidadão sustentam que os dados da percepção cognitiva merecem tanta atenção quanto aqueles relacionados a dimensões objetivas. Com base na visão das cidades inteligentes "citizen centered", na teoria do "desenvolvimento baseado em conhecimento" e na nova revisão da normativa ISO 37122 "Cidades e Comunidades Sustentáveis - Indicadores para Cidades Inteligentes", o problema de pesquisa se estrutura na complexidade que envolve a mensuração da inteligência das cidades com o envolvimento da cidadania. O objetivo geral deste estudo foi propor e validar uma escala de percepção do cidadão sobre as dimensões de uma cidade inteligente estabelecidas pela ISO 37122. Para isso, os 80 indicadores desta normativa, previamente estabelecidos pela Comissão de Estudos Especiais "Cidades e Comunidades Sustentáveis", foram reescritos em forma de afirmação para compor a escala de percepção. Para o refinamento do instrumento, foi aplicada a validação de face, após isso, o instrumento passou pelo pré-teste. O questionário foi aplicado para uma amostra de 528 pessoas das 32 cidades da região do Corede Serra. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação do instrumento impresso e por meio virtual. Os dados passaram por limpeza e pela averiguação das premissas para análise multivariada e, para validação do instrumento, foram utilizadas as técnicas de estatística multivariada, com o emprego dos testes de dimensionalidade e confiabilidade, validade convergente e validade discriminante. Nesta etapa, os testes foram aplicados para a amostra geral e, separadamente, em três tamanhos de cidades, visando uma compreensão mais aprofundada do comportamento da escala em diferentes contextos. Os resultados foram consistentes e apontaram um bom desempenho estatístico em grande parte das dimensões, o que sugere que a escala proposta é uma ferramenta promissora para avaliar a percepção das cidades inteligentes. Também foram observadas variações nos resultados entre as diferentes amostras testadas, indicando a influência de variáveis contextuais e demográficas na percepção das cidades inteligentes. Algumas limitações foram encontradas, como a quantidade reduzida de indicadores propostos pela ISO em algumas dimensões e a falta de conhecimento sobre o tema, por parte dos cidadãos. Apesar disso, ficaram evidenciadas as potencialidades ligadas ao desenvolvimento desta escala para estudos futuros, que vão desde cálculos de estatísticas descritivas básicas, até análises de tendência, comparativas, correlações e regressões para um melhor entendimento da percepção dos cidadãos sobre as suas cidades. Isso não só supre carência de estudos que envolvem a percepção daqueles que são os principais beneficiários e usuários ativos das cidades, como também auxilia no desenvolvimento de políticas públicas para inovação, planejamento estratégico, elaboração de planos diretores, visão de futuro e especializações estratégicas para cidades inteligentes. [resumo fornecido pelo autor]