A dimensão atitudinal da acessibilidade e da hospitalidade a pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida sob a perspectiva de um corpo coletivo acolhedor : o destino turístico Balneário Camboriú/Santa Catarina/Brasil
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Data
2024-04-11Autor
Franzen, Letícia Indart
Orientador
Ferreira, Luciane Todeschini
Metadata
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A presente pesquisa propõe-se como objetivo geral identificar e analisar configurações que assume a dimensão atitudinal da acessibilidade a Pessoas com Deficiência (PCDs) e a Pessoas com Mobilidade Reduzida (PMRs) na orla da Praia Central de Balneário Camboriú, SC/BR, sob a perspectiva de um Corpo Coletivo Acolhedor (CCA). Este trabalho discute o conceito de acessibilidade a partir de relações de hospitalidade/acolhimento, conforme as concebem Perazzolo, Santos e Pereira (2013), e de seus aspectos atitudinais. Metodologicamente, a pesquisa, de natureza qualitativa, com abordagem hermenêutica, desenvolveu-se a partir de duas perspectivas: inicialmente, documental, com análise das leis e normas que se referem à acessibilidade e na etapa "escuta e significação" deu-se voz, por meio de entrevista semiestruturadas, a 19 sujeitos afetos às três dimensões do CCA ("Organismo Gestor", "Serviços" e "Cultura") e a turistas. Para a organização e análise dos dados, foram utilizadas técnicas da análise de conteúdo, conforme Bardin (2000) e análise enunciativa, de acordo com Bakhtin (1997). A partir dos traçados discursivos, identificaram-se 3 categorias de análise (Acessibilidade, Hospitalidade, Experiências vividas ou constatadas) que, explicitamente, manifestam seu desconforto com as questões de acessibilidade às PCDs e PMRs. Como considerações, as falas dos sujeitos entrevistados marcam um espaço ainda tensionado na triangulação dos vértices "Organismo Gestor", "Serviços" e "Cultura". Identificou-se um jogo de "empurra-empurra": o Corpo reconhece suas falhas e seus gargalos, mas nenhum dos vértices chama, para si, a responsabilidade de pensar e agir a respeito dos direitos das PCDs e PMRs. Este percurso reflexivo possibilita concluir que, numa visão panorâmica, o ponto principal para o qual convergem os textos analisados (leis e normas) recai sobre elementos tangíveis da acessibilidade, de sorte que elementos intangíveis, ainda que associados à qualidade de vida e à cidadania dessas pessoas, não se instituem como elementos centrais das definições e caracterizações, o que é agravado pelas defasagens temporais, ou mesmo incongruências conceituais identificadas. [resumo fornecido pelo autor]