Resíduos perigosos na coleta seletiva: uma análise a partir da realidade dos catadores
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Data
2018-10-26Autor
Rosa, Lívia Rech da
Orientador
Sdedile, Nilva Lúcia Rech
Metadata
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Os resíduos sólidos urbanos são considerados um grande problema mundial trazendo preocupações quanto ao aumento ininterrupto da sua geração motivado pelo consumo desenfreado da população. Além disso, muitos objetos postos para consumo quando transformados em resíduos possuem características de periculosidade e quando descartados de maneira inapropriada podem causar danos à saúde dos catadores de resíduos recicláveis e ao meio ambiente. Este trabalho busca avaliar qualitativamente e quantitativamente os resíduos com ênfase nos perigosos, que são destinados a Associação de Catadores do Município de Caxias do Sul-RS, via coleta seletiva. Para isto, foram separados e classificados os resíduos perigosos que chegam a duas associações de catadores identificando riscos à saúde desses trabalhadores e ao meio ambiente que podem decorrer devido ao manejo inadequado destes resíduos e analisar alterações na qualidade dos resíduos em situação de crise econômica. Esta é uma pesquisa documental e de campo realizada por meio de caracterizações de resíduos perigosos, oriundos da coleta seletiva do Município de Caxias do Sul-RS, durante uma semana em duas Associações de catadores selecionadas. Os resultados mostraram que há uma expressiva quantidade de resíduos perigosos inadequadamente descartados pela população como resíduo seletivo tais como: seringas com agulhas; medicamentos; ampolas; pilhas; lâmpadas; baterias; luvas de procedimento; inseticidas; veneno para pragas; e material potencialmente perigoso como o vidro. Ainda os resultados mostraram que os resíduos de serviço de saúde também foram encontrados na coleta seletiva, e representam riscos à saúde dos catadores, podendo transmitir doenças como a hepatite, além de causar lesões laborais que os impossibilitam de dar continuidade no seu ritmo de trabalho. Em relação a análise econômica notou-se queda na geração de resíduos pela população entre 2014 e 2015 refletindo na diminuição da renda dos catadores nas associações, que necessitaram reciclar resíduos de menor valor comercial como o vidro, que antes era considerado rejeito, para melhorar sua renda. Em suma, o descarte inadequado dos resíduos perigosos na coleta seletiva causa malefícios muitas vezes irreparáveis na vida dos catadores, que fazem da catação o seu meio de subsistência.