Universo histórico-conceitual do turismo e interdisciplinaridade: reileituras de práticas docentes na formação superior em turismo
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Data
2020-03-06Autor
Marinho, Marcela Ferreira
Orientador
Santos, Marcia Maria Cappellano dos
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A questão-problema da presente investigação é: Apropriação do universo históricoconceitual do turismo associada à reflexão sobre conceitos de interdisciplinaridade e respectiva prática e à vivência, por docentes de graduação em Turismo, de uma
dinâmica pedagógica balizada por uma abordagem epistemológica contemporânea e por uma matriz pedagógica relacional, contribuem no repensar de relações interdisciplinares entre Turismo e outras áreas de conhecimento que com ele estabelecem interface, disso derivando movimentos reflexivos no sentido de releituras de práticas pedagógicas desenvolvidas nesses cursos? Esta investigação visa contribuir com a construção de subsídios de cunho epistemológico-pedagógico envolvendo o universo histórico-conceitual do turismo, no sentido de favorecer o repensar da prática pedagógica de/por docentes de outras áreas atuando em cursos de graduação em Turismo. O suporte teórico para as reflexões é balizado pelas relações entre Turismo – sua perspectiva histórica e sua abordagem teóricoepistemológica – e Interdisciplinaridade – movimentos históricos iniciais e desenvolvimento do pensamento científico. Como cerne do modus operandi metodológico da pesquisa, elaborou-se o corpus do referencial teórico com base na epistemologia de Gaston Bachelard – pedagogia científica – e na abordagem
psicopedagógica de Lev Vygotsky – relações sociointeracionistas –, como parte fundamental para identificar os rumos do estudo, suas possíveis lacunas ou aspectos que mereceriam maior atenção. A investigação foi de natureza ensaística, qualitativa e de nível exploratório-experimental, com o intuito de estabelecer possíveis interfaces teórico-metodológicas entre as abordagens da pedagogia científica bachelardiana e da pedagogia sociointeracionista de Vygotsky, na análise da questão-problema. Essa abordagem metodológica possibilitou construção de teste exploratório qualitativo, como oficina-piloto realizada em Portugal, cuja análise crítica processual e de resultados propiciou subsídios para o planejamento e implementação da oficina-alvo realizada no Brasil, com o intuito de avaliar os movimentos reflexivos desenvolvidos pelos docentes, via mediação da pesquisadora, na direção de construções de relações entre suas áreas de conhecimento e o Turismo. Embora tenham ocorrido diferentemente para cada sujeito, observaram-se, nas interações promovidas pela pesquisadora, não só relações estabelecidas processualmente pelos professores em suas vivências (psicopedagógicas) e experiências (epistemológicas, via pedagogia científica), fomentadas pelas sessões da oficina, como também movimentos de superação dos obstáculos epistemológicos que acontecem em tempos, modos e formas diferentes para cada professor. Isso significou possibilitar um espaço facilitador de interação, de escuta e de fala: um espaço de abertura para o Outro, espaço de hospitalidade instituído na dinâmica do acolhimento, gerador de modificações e de aprendizagens cognitivas, afetivas e relacionais: espaço, metaforicamente, denominado de hospitalidade científica. Destaca-se o reconhecimento da interdisciplinaridade nesse processo, e a reiteração da possível contribuição do docente de cada área na formação do sujeito do Turismo, do profissional do Turismo. De outra parte, deixa marcada a clareza que tem sobre a inevitável possibilidade de releitura (repensar) da prática pedagógica a partir do que fora desenvolvido na oficina.