Processos de escolarização em Flores da Cunha/RS: o grupo escolar Frei Caneca (1925-1940)
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Data
2021-09-30Autor
Pinheiro, Rafael de Souza
Orientador
Souza, José Edimar de
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O presente estudo buscou produzir uma narrativa investigativa acerca das práticas de escolarização desenvolvidas no Grupo Escolar Frei Caneca, na cidade de Flores da Cunha/RS, entre os anos 1925 e 1940, considerando as articulações políticas e sociais do período. O ano de 1925 é marcado pela criação do Grupo Escolar, oriunda da Emancipação Política de Flores da Cunha (antes Nova Trento), em 1924. Já o ano de 1940, pode ser caracterizado por sua nova construção e nomenclatura, através de movimentações da Secretaria da Educação do Estado, com cunho nacionalista do período. Sendo assim, objetivou-se analisar e compreender os processos de escolarização que permearam o Grupo Escolar, identificando-os e caracterizando as práticas escolares presentes nas fontes documentais analisadas, tendo como metodologia aplicada a análise documental, a partir de Livros de Atas, fragmentos de jornais e fotografias que contemplam o recorte e a temática analisada. Em relação aos pressupostos teóricos utilizados, estão elencados a História Cultural, fundamentando-se em Chartier (1990), Pesavento (1998), e a História da Educação, tendo como aporte estudos de Escolano Benito (2017), Diana Vidal (2006) e Stephanou; Bastos (2005). Flores da Cunha recebeu seus primeiros imigrantes italianos a partir de 1876. Em 1924, ocorreu, junto ao Presidente do Estado, pedido emancipatório, em virtude do desenvolvimento econômico e pelos altos tributos pagos à Sede de Caxias, com retornos e investimentos mínimos à localidade. Com a emancipação política, em 1924, ocorre junto à Secretaria da Instrução Pública movimentações para a criação do Grupo
Escolar. Assim, a implantação de um edifício escolar modifica a paisagem local, e posteriormente gera a vinda de professores. Em 1935, ocorre a alteração do nome de Nova Trento para Flores da Cunha, em forma de homenagem ao então governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Antônio Flores da Cunha, em virtude das relações de proximidade com o prefeito municipal Heitor Curra. Em relação ao período analisado (1925-1940), foi possível identificar a influência nacionalista presente e permeando os processos de escolarização, de forma especial nas comemorações festivas, ritos, desfiles e exames. As festividades, marcando diferentes momentos do calendário escolar, se caracterizam pela presença e enaltecimento de símbolos nacionais, e ordenamento de corpos, como forma de difundir os ideais políticos republicanos. Sobre os exames escolares, tornam-se instrumentos para medir conhecimentos e aptidões dos estudantes em diversos períodos do ano letivo, que se transformam em festas de encerramento. Sendo assim, esta pesquisa vai além de contar a história de uma instituição escolar, apresentando-se como produção histórica e memorialista do Grupo Escolar Frei Caneca, como meio de contribuir para outras pesquisas, de maneira especial aos processos escolares emergentes em outras localidades.[resumo fornecido pelo autor]