A nova morfologia do trabalho e o trabalho dos/as assistentes sociais
Visualizar/ Abrir
Data
2021-02-20Autor
Brito, Jóice Catriane
Orientador
Corrêa, Laís Duarte
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo é um Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema central é a nova morfologia do trabalho e o trabalho dos/as Assistentes Sociais tem o seguinte problema de pesquisa: como se constitui a nova morfologia do trabalho e quais suas incidências ao trabalho dos/as assistentes sociais? Portanto, teve como objetivo geral compreender como se constitui a nova morfologia do trabalho e seus impactos ao trabalho dos/as assistentes sociais. Para compreender o objeto de estudo do presente trabalho, foi utilizado o método materialista dialético, destacando as categorias totalidade, contradição, alienação, historicidade e trabalho, que foram utilizadas para compreender como se constitui a nova morfologia do trabalho, a partir do percurso histórico do capitalismo e algumas características do trabalho dos/as assistentes sociais frente a ela. Trata-se de um estudo quanti-qualitativo, para o qual se utilizou da realização de pesquisa bibliográfica a partir de textos, artigos e livros sobre a temática e de dados do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS (2005). Apreendeu-se, que o modo de produção capitalista está em constante transformação buscando obter o controle da classe trabalhadora a qual produz a mais-valia que é dela expropriada, e que o trabalho nesse processo também sofre metamorfoses. Nesse sentido, a nova morfologia do trabalho se apresenta a partir dos processos de reestruturação produtiva e organizacional, flexibilização do trabalho, subcontratações, precarização salarial, captura da subjetividade da classe trabalhadora, terceirizações, entre outros. Essas características incidem, por sua vez, no trabalho dos/as Assistentes Sociais, visto que também se constituem como classe trabalhadora. Isso pode ser observado a partir das características sobre o perfil e as condições de trabalho dos/as Assistentes Sociais, os dados do CFESS demonstram a maioria são mulheres (97%) e possuem vinculação religiosa católica (67,65%), o que implica tanto na remuneração desigual em relação aos homens, bem como podem implicar num viés religioso e moralizador de intervenção na questão social. São profissionais que em sua maioria acessam somente a graduação (55,37%) e, além da precarização da educação e dificuldade de acesso a outros níveis de ensino, infere-se que um dos motivos para a não continuidade seja em decorrência do trabalho. A natureza de maior vínculo empregatício dos/das Assistentes Sociais mostra que 78,16% atuam em instituições de natureza pública e que a carga horária de trabalho predominante dos profissionais é 50,70% na jornada de 40 horas semanais e em segundo lugar com 28,65% de 30 horas. Também, que 45,19% dos profissionais (na época da pesquisa) ganhavam em torno de R$ 960,00 reais à R$ 1.440,00. Portanto, considera-se que a flexibilização/precarização do trabalho também atinge o trabalho do/a Assistente Social, e traz incidências nos diferentes espaços institucionais, pela insegurança do emprego, precárias formas de contratação, intensificação do trabalho, desvalorização dos salários, pressão pelo aumento de produtividade, que do ano de 2004 até este momento, tem se intensificado. Para tanto, os profissionais devem reconhecer-se enquanto classe trabalhadora e lutar, com o conjunto da classe, para exigir e assegurar condições de trabalho adequadas, fazendo o enfrentamento e resistindo a este modo de produção perverso e desigual. [resumo fornecido pelo autor]
Collections
- Serviço Social [42]