Deficiência intelectual e letramento: compreensão de professores de língua portuguesa dos anos finais do ensino fundamental
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Data
2021-11-02Autor
Sassi, Suelen de Marco
Orientador
Valentini, Carla Beatris
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A trajetória do estudante com deficiência intelectual, no Brasil, é tema recorrente no contexto educacional e tem gerado discussões e reflexões que se intensificaram desde a implementação das políticas de inclusão nos diferentes níveis de ensino. Além do acesso e da garantia de matrícula, a educação inclusiva deve ter o compromisso de escolarização do estudante, ou seja, é preciso garantir que a aprendizagem esteja ocorrendo, de fato, através das práticas de letramento nas diferentes áreas do conhecimento. Visando contribuir com essas reflexões, esta dissertação, inserida no campo dos estudos da Educação, tem como objetivo caracterizar a percepção que os professores de Língua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental têm acerca do processo de letramento do estudante com deficiência intelectual. O estudo também busca caracterizar o conceito de letramento e suas implicações; identificar quais são as concepções de letramento dos professores; identificar a concepção de Deficiência Intelectual para os professores de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental e analisar as práticas utilizadas pelos professores para o letramento do estudante com deficiência intelectual a partir das entrevistas. Os conceitos de "letramento?, "deficiência intelectual", "compensação" e "escolarização", propostos a partir de diversos autores, dão sustentação teórica a esta pesquisa. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo de natureza exploratória realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com seis professoras de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental tanto de escolas públicas quanto privadas que atuaram entre 2017 e 2019 com estudantes com deficiência intelectual, no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Para a realização da análise dos dados coletados, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin, em que emergiram duas categorias: a) Difícil e desafiador: o "não-saber" do professor e b) É diferente. Os resultados apontam que os educadores, em sua maioria, parecem desconhecer os conceitos de "letramento" bem como de "deficiência intelectual" e sentem-se, muitas vezes, desamparados no ambiente escolar. Fatores como falta de formação, não disponibilização de recursos humanos e de sala de recursos multifuncionais também parecem contribuir para a fragilidade nas práticas de letramento para com o estudante com DI. Além disso, o olhar normalizador não permite ao professor atentar às singularidades e potencialidades, o que torna difícil conciliar o atendimento individualizado com a dedicação à turma e ainda desenvolver um atendimento que possa dar condições para que esse aluno se desenvolva integralmente, produzindo conhecimentos e se tornando um cidadão capaz de atuar no mundo. [resumo fornecido pelo autor]