Verticalização nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia : concepção(ões) e desafios no IFRS
Date
2016-05-11Author
Quevedo, Margarete de
Orientador
Luchese, Terciane Ângela
Metadata
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Esta dissertação apresenta o resultado do trabalho de investigação acerca da(s) concepção(ões) de verticalização – entre o prescrito na Lei nº 11.892/2008 (que cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - IFs) e o vivenciado no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), atentando, especialmente, para o contexto dos Campi Bento Gonçalves e Sertão. Objetiva-se pesquisar a(s) concepção(ões) que embasaram a definição da verticalização dentre as finalidades e características dos IFs e constatar em que medida esta vem sendo operacionalizada nas unidades do IFRS supracitadas, bem como os desafios da operacionalização desse processo no cotidiano do agir pedagógico dos Campi Bento Gonçalves e Sertão do IFRS. A relação entre educação e trabalho, a investigação do processo histórico da educação profissional no Brasil e das atuais políticas públicas voltadas para a modalidade de educação em pauta, assim como literatura relativa ao tema em discussão apresenta-se como suporte teórico da dissertação. Para traçar o panorama da verticalização no IFRS, foram realizadas doze entrevistas em forma de questionário escrito ou entrevista presencial, de acordo com a opção do entrevistado. O processo de realização das entrevistas e a análise desse corpus empírico apontam para a pluralidade de concepções de verticalização, dentre elas: (1) a que compreende que verticalizar a educação significa ofertar, na mesma unidade, cursos da mesma área e/ou eixos em diferentes níveis, de modo que ao discente seja oportunizada a possibilidade de perfazer, sem trocar de instituição, um processo formativo desde o Ensino Médio até a Pós-Graduação; (2) a que concebe a verticalização no mesmo sentido, acrescentando as vantagens e desafios da atuação docente nos mais diferentes níveis de escolarização, sendo parte dela o compartilhamento e otimização dos espaços pedagógicos e, em uma fusão de ambas as concepções, (3) um percurso formativo no qual discentes, docentes e todos os demais sujeitos do processo, independente do grau de escolarização, possam, muito além de ver otimizados os custos, garantido a todos o direito de uma formação pública qualificada pela atuação dos IFs nos arranjos produtivos locais, conforme missão que lhes foi conferida. Com relação aos desafios da verticalização no IFRS, a manifestação dos entrevistados aponta para a existência de situações e realidades que dificultam a operacionalização da verticalização no IFRS, mais especificamente nos Campi Bento Gonçalves e Sertão. Estas são abordadas neste trabalho sob a categorização de desafios para uma nova cultura institucional “verticalizada” e desafios para uma nova prática pedagógica embasada na verticalização. Dentre os principais desafios abordados, estão os que dizem respeito à compreensão das implicações do ensino verticalizado, à superação de concepções e práticas que não condizem com a nova institucionalidade e à capacitação do quadro de servidores, além da necessária sensibilização da comunidade para atuar nesta nova forma de projetar os cursos e desenvolver o ensino. À demanda interna do IFRS que motivou a realização da pesquisa, pretende-se apresentar, nas possibilidades e limites do texto, o resultado do processo investigativo não em caráter de conclusão, mas como provocação para a continuidade da reflexão sobre o tema em pauta, dada sua relevância no contexto dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, bem como no âmbito das atuais políticas públicas para a educação profissional no Brasil.