O nordeste simbólico de Gilberto Freyre : representações de escravas e escravos africanos no Brasil como produção da região
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Data
2016-11-23Autor
Batista, Ana Paula Ody
Orientador
Santos, Rafael José dos
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Mostrar registro completoResumo
A presente dissertação é uma reflexão sobre como o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987) construiu o conceito de região Nordeste através de práticas culturais de herança escrava africana, dentro do que o autor chama de miscigenação equilibrada. Utilizou-se um corpus de quatro obras: Nordeste (1937), Manifesto regionalista (1952), Região e tradição (1968b) e Casa-grande &senzala (2006). Para isso, através de uma metodologia interpretativa, buscou-se analisar as influências das correntes deterministas da Europa do século XIX em intelectuais brasileiros que antecederam Freyre nas discussões raciais do Brasil. Eles são Franklin Távora, Silvio Romero e Raimundo Nina Rodrigues. Da mesma forma, tentou-se compreender os alcances das ideias do professor alemão Franz Boas no sociólogo. Empregou-se também a metodologia empírica de análise histórico documental, por meio de seleção de documentos históricos referentes ao Movimento Regionalista Nordestino e aos quatro Congressos Afro-Brasileiros do Nordeste. Os respectivos documentos foram encontrados nas Fundações Gilberto Freyre e Joaquim Nabuco, na cidade de Recife, em Pernambuco. Esta pesquisa abarca conceitos como região, regionalismo, cultura e raça, e, por isso, procuraram-se aportes teóricos em cientistas sociais, antropólogos, históricos e críticos literários. Dentre eles, apontam-se Pierre Bourdieu (2003), Norbert Elias (1994), Franz Boas (2005), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2011), José Aderaldo Castelo (1961), Neoraldo Pontes de Azevêdo (1984), Lilia Moritz Schwarcz (1993), Renato Ortiz (1985), Roberto Ventura (1991), entre outros.