Entre escolas : a trajetória escolar de estudantes com deficiência intelectual a partir da percepção das mães
Fecha
2016-12-07Autor
Oliveira, Claudia Medeiros de
Orientador
Valentini, Carla Beatris
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
A trajetória escolar do estudante com deficiência intelectual é tema recorrente no contexto educacional e tem gerado inúmeras inquietações e ponderações a seu respeito. Os estudos realizados na área comumente abordam o tema a partir da perspectiva do docente e da legislação que busca garantir a escolarização do deficiente. Visando contribuir com as reflexões a partir de outra ótica, esta dissertação, inserida no campo dos estudos da Educação, tem como objetivo analisar como as mães percebem a trajetória escolar de seu filho com deficiência intelectual. O estudo também busca traçar a trajetória escolar do estudante entre a escola comum e a escola especial, visando identificar os aspectos que sustentam as escolhas da família com relação a essa trajetória. Objetivou-se, ainda, traçar princípios que contribuam no processo de escolarização do estudante com deficiência intelectual. A pesquisa consiste em um estudo qualitativo de natureza exploratória, embasada nos preceitos da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, em especial, seus estudos sobre a Defectologia e contou com entrevistas como instrumento de construção de dados. As entrevistas foram realizadas com seis mães de estudantes com deficiência intelectual, com idade entre 10 e 17 anos, residentes no município de Caxias do Sul. Para a realização da análise dos dados coletados, utilizou-se a análise de conteúdo de --5Bardin, em que foram identificadas quatro categorias: a) Trajetória Escolar, b) Percepções das mães em relação ao filho, c) Percepções das mães em relação aos docentes e d) Percepções das mães em relação à Inclusão. Os resultados apontam que a trajetória escolar do estudante com deficiência intelectual ainda é permeada por preconceitos e pela busca da normalização deste sujeito. O discurso das mães evidencia a vigência do modelo tradicional de ensino-aprendizagem, prevalecendo um olhar sustentado pelos modelos caritativo e médico da deficiência nas orientações quanto ao processo de escolarização deste estudante. Mas, também se observa movimentos incipientes que visam a reestruturação do cenário como a aceitação das diferenças por parte dos docentes estabelecendo um novo olhar sobre a inclusão e a ressignificação das mães sobre o processo de aprendizagem, construindo possibilidades diferenciadas na trajetória escolar deste estudante.