Tempos de diálogo : o olhar dos jovens sobre suas experiências no ensino médio integrado do IFRS
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Data
2017-03-07Autor
Pellizzer, Camila Siqueira Rodrigues
Orientador
Stecanela, Nilda
Metadata
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A presente dissertação tem como objetivo analisar as múltiplas dimensões do diálogo experienciado pelos jovens estudantes do Ensino Médio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), a fim de identificar as dificuldades encontradas para a promoção da escuta, como prática humana e educativa, que transversaliza as culturas escolares. O problema de pesquisa – que pretende investigar como os jovens percebem e significam o diálogo na experiência do Ensino Médio Integrado do IFRS nos Campus X, Y e Z1 – justifica-se pelo crescimento de estudos acadêmicos que apontam diferentes sentidos atribuídos ao diálogo pelos jovens na trajetória do Ensino Médio. O aporte teórico que fundamenta esta pesquisa está alicerçado em conceitos que estão relacionados a determinados autores, como Dayrell (2003, 2006, 2009, 2011 e 2014), Carrano, (2000, 2009), Sposito (2002), Stecanela (2006, 2010, 2013, 2016), Pais (1990, 2003 e 2005), Tomazetti (2014), Scklickmann (2010, 2012, 2014), Buber (1977, 2009), Carbonara (2013), Gadamer ( 2002, 2004, 2007), Freire (1980, 1992, 2002, 2009), Hermann (2014), que trazem contribuições com seus estudos no campo da sociologia e filosofia. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos ancorados na pesquisa qualitativa em Educação, adotou-se a técnica dos grupos focais, que propõe escutar e discutir determinado assunto entre os participantes à luz do pensamento de Barbour (2009), Gondim (2002), Melo e Araújo (2010). Na análise das narrativas, produzida nos grupos focais e orientada pela Análise Textual Discursiva de Moraes e Galliazzi (2006, 2011), emergiram treze categorias de temáticas, as quais indicam elementos que fazem parte do cotidiano do Ensino Médio Integrado, mas que nem sempre são percebidas pelos seus atores. Entre essas categorias estão Juventude: um estado de espírito; Uma geração Interconectada: o receio de ficar sozinho; O encontro geracional: os mais velhos como referências nas relações juvenis; Um Ensino Médio Distinto; Do engajamento á compensação; O “pensar sobre”: um exercício para uma consciência crítica; Um currículo voltado para Interdisciplinaridade; Cultura performativa: uma outra cultura escolar; O diálogo como meio de aproximação; Negação à escuta: um ato opressor; Escutar e ser escutado no GF e a oportunidade de aprender com o grupo. Os resultados da pesquisa sinalizam que, na contramão das hipóteses comumente encontradas, os jovens narram na presença de práticas dialógicas e significativas. Além disso, identifica-se no interior das instituições escolares participantes uma juventude performativa, engajada e que busca ser reconhecida em um Ensino Médio distinto e compensatório em relação às demais instituições que ofertam a etapa final da Educação Básica.