O trabalho ante a desafiadora sociedade pós-industrial (os Fogos de Santelmo)
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Data
2014-05-15Autor
Kury, Francisco Otaviano Cichero
Orientador
Chiarelli, Carlos Alberto Gomes
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O trabalho humano nem sempre foi considerado tarefa dignificante. Na Grécia e em Roma, na Antiguidade, as tarefas braçais eram desempenhadas por escravos, cabendo à classe abastada dedicar-se à filosofia ou a atividades ligadas às guerras. No período feudal, a escravidão foi substituída pela servidão; porém, isso não representou uma melhora de vida para os novos subjugados. Com o desmantelamento do feudalismo e do absolutismo, surgia, na sociedade agrária inglesa, o capitalismo que, mais tarde, seria utilizado pela Revolução Industrial. O trabalho passou, dessa forma, por uma revalorização conceitual, significando o centro da identidade humana na sociedade. Surgia a figura do emprego e do desemprego. A vida passou a ser sincronizada pelo relógio da fábrica, através de uma sistemática na automação denominada taylorismo e fordismo, o que propiciou um incremento na produção industrial e gerou um aumento expressivo nos lucros. O sistema capitalista começou a dar sinais de desgaste, e o desemprego passou a ser estrutural e tecnológico. Surge o toyotismo, trazendo a flexibilização e a desregulamentação das relações de trabalho. O desemprego passou a ter contornos epidêmicos, o que foi agravado pela evolução tecnológica e pelo surgimento da globalização. A crise do capitalismo foi revelada pelas contradições sociais, sendo que a riqueza de poucos era sustentada pela pobreza de muitos. Além disso, os danos ao meio ambiente colocaram em risco a vida no planeta Terra. A sociedade pós-industrial, também chamada Era do Conhecimento , vive período de transição e aposta alternativas: o terceiro setor pesquisa novas formas de produção de energia, simultaneidade do trabalho e tempo livre, o ressurgimento do socialismo, a modificação de padrões éticos. Na tarefa de reconstrução do futuro, deve-se levar em consideração que a busca do conhecimento científico-tecnológico deve agir em prol da humanidade, deixando de ser instrumento de aumento de riqueza capitalista. Assim, na busca de sinalizadores que indiquem a rota a ser tomada, utilizando-se a metáfora dos fogos de santelmo, entende-se que a solução está na modificação dos princípios éticos. Edgar Morin chama isso de antropo-ética; Sócrates e Platão afirmam isso através do verdadeiro conhecimento, da felicidade e do idealismo; Aristóteles indica a justiça como a maior virtude; Cícero nos mostra a ética estóica através do respeito a si próprio, ao universo e às leis cósmicas; a doutrina cristã prega esses princípios por intermédio do amor, da caridade e da justiça; Kant nos ensina o imperativo categórico; Gandhi ensina a não-violência.