Potencial tóxico da água intersticial de lagoas costeiras e água subterrânea sobre caenorhabditis elegans, Osório - Rio Grande do Sul
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Data
2018-03-22Autor
Michalski, Elias Zientarski
Orientador
Lanzer, Rosane Maria
Metadata
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As lagoas costeiras fornecem diversos serviços ambientais à comunidade local e aos visitantes no período de verão. As 23 lagoas, localizadas no município de Osório, são utilizadas para atividades de lazer, pesca, irrigação e ao abastecimento público, além de sofrerem distintos impactos antrópicos. Nos corpos receptores de despejos ou influenciados por deposição de resíduos sólidos, a água torna-se uma mistura complexa, e ao longo do tempo, substâncias estranhas ao ecossistema tendem a acumularem-se às partículas do sedimento. As águas subterrâneas vêm assumindo uma importância cada vez mais significativa no abastecimento da população visto que o aumento da poluição vem restringindo o uso da água superficial. Na região de Osório, a qualidade dessas águas é pouca conhecida. Este estudo objetivou fornecer um diagnóstico da presença de toxicidade nestas lagoas a partir da avaliação da água intersticial de lagoas e da água subterrânea. A concentração dos dezesseis metais (Al, Ba, Cd, Ca, Pb, Co, Cu, Cr, Fe, Mg, Mn, Hg, Ni, K, Ag e Zn) na água intersticial e subterrânea foi determinada a partir do Standard Methods 21, EPA 245-1, EPA 050/ICP-OES e EPA 7471. Para avaliar o potencial tóxico das lagoas e água subterrânea, o bioindicador Caenorhabditis elegans, foi exposto a sete amostras de água intersticial, e a amostras de 30 poços. As coletas ocorreram entre maio de 2015 e janeiro de 2016, contemplando as quatro estações. A taxa de toxicidade foi determinada pelos endpoints crescimento e reprodução (ISO 10782/2010). Os dados foram analisados usando o software IBM Statistics SPSS 22. O ensaio de toxicidade crônica sugere que as amostras de água intersticial não inibem o crescimento de C. elegans, mas afetam sua reprodução. Estes efeitos podem estar relacionados à presença de metais, o que já foi constatado em outras lagoas ao longo da região costeira. No entanto, compostos não identificados, também podem provocar efeitos deletérios ao organismo. O efeito de hormese, observado sobre o crescimento, em todas as lagoas, pode estar relacionado a alterações metabólicas decorrentes da exposição a águas contaminadas por ação antrópica. Os resultados demonstram que alguns poços estudados são impróprios para consumo humano, devido à presença de toxicidade crônica e a presença de metais (Fe, Mn e Al) acima do estabelecido pela Portaria do Ministério da Saúde. Evidenciando uma situação crítica da água subterrânea e o risco à sustentabilidade desse recurso hídrico. C. elegans se mostrou eficiente na detecção da toxicidade para a água intersticial e água subterrânea, tendo a vantagem de ser um modelo prático e de fácil interpretação, além, de fornecer resposta rápida para avaliação da toxicidade crônica. Esta 8
constatação evidencia a necessidade do monitoramento da toxicidade das lagoas e a água de poços, alertando a população sobre contaminantes que podem estar biodisponíveis na água e trazem risco à saúde humana. [resumo fornecido pelo autor]