A visão da população de Mostardas e Tavares - RS sobre a contribuição do turismo no Parque Nacional da Lagoa do Peixe ao desenvolvimento local
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Data
2014-05-28Autor
Teixeira, Paulo Roberto
Orientador
Lanzer, Rosane Maria
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O Parque Nacional da Lagoa do Peixe é uma Unidade de Conservação de proteção integral e está localizado entre as cidades de Mostardas e Tavares, no litoral médio e sul do estado do Rio Grande do Sul, a 230 km de Porto Alegre. A região na qual está inserido apresenta uma economia baseada na agricultura, destaque para a cebola e o arroz, pecuária, pesca e principalmente a extração madeireira do pinus, atividade essa que causa grande impacto ambiental à região, por ser uma espécie que se dissemina com facilidade para outras áreas. O objetivo geral da pesquisa foi de avaliar o papel do Parque Nacional da Lagoa do Peixe no processo de desenvolvimento do Turismo nos municípios de Mostardas e Tavares, verificando sua relação com as melhorias na qualidade de vida da população. A hipótese utilizada foi que devido ao aumento de visitantes nas cidades, a população passaria a perceber as melhorias realizadas para atendê-los e a usufruir dos benefícios da atividade turística. Para isso foi utilizada uma pesquisa exploratório-descritiva com enfoque qualitativo e quantitativo. Utilizou-se, como método de coleta de dados, a entrevista, realizada em três grupos distintos nas duas cidades: os empreendedores, a população nascida após 1970 e a população nascida antes de 1970. Os resultados demonstraram que existe, entre as cidades pesquisadas, uma maior percepção dos benefícios trazidos pelo Parque Nacional no município de Mostardas. O fato de Tavares possuir grande parte de seu território na área de entorno da Unidade de Conservação, acarreta maiores restrições no uso da terra, o que gera mais conflitos. Verificou-se ainda, que há uma tendência dos entrevistados nascidos após 1970 de aceitar mais os benefícios do Parque Nacional do que entre os nascidos antes do ano de 1970. Por outro lado, ambos os grupos não identificam a Unidade de Conservação como um potencial gerador de receitas, pois somente a visualizam com relação a atividades agrícolas e não como um potencial para Turismo. Verificou-se entre os empreendedores, o reconhecimento dos benefícios ambientais e econômicos oriundos da atividade turística no Parque. Constatou-se que o ecossistema preservado de grande singularidade é o principal atrativo da região e que os habitantes reconhecem esse potencial, no entanto, deve-se trabalhar melhor o tipo de Turismo que a região pretende desenvolver, definindo o público alvo a ser atingido, havendo assim, uma melhor integração entre o Turismo e a preservação dos recursos naturais.