Narrativas visuais do Brasil oitocentista : um estudo sobre apropriação de imagens no cotidiano escolar
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Data
2014-05-30Autor
Zen, Alessandra Chaves
Orientador
Stecanela, Nilda
Metadata
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Essa pesquisa se inscreve no campo da Educação e trata sobre a apropriação de
imagens no cotidiano escolar ancorada nos pressupostos teóricos da História Cultural. As
construções teóricas de Roger Chartier relacionadas ao conceito de apropriação e de Michel
de Certeau referentes às estratégias e às táticas de apropriação servem como referenciais para
o desenvolvimento da investigação empreendida. Entretanto, com o propósito de cercamento
do tema e de constituição e compreensão do objeto de investigação, também outros estudiosos
se encontram referenciados ao longo da escrita que comunica o estudo. Quatro imagens
produzidas no Oitocentos brasileiro foram selecionadas para o estudo e apresentadas aos
estudantes tendo como suporte material exemplares de 7º e 8º anos (correspondentes às 6ª e 7ª
séries) do Ensino Fundamental da coleção didática Para Viver Juntos: História, distribuídos
pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2011, 2012, 2013). Trata-se das imagens
Um funcionário a passeio com sua família e Sapataria, do pintor francês Jean-Baptiste
Debret, e Colheita de café e Dança do lundu, do artista de Augsburgo Johann Moritz
Rugendas. Os relatos verbais e escritos de dezoito estudantes das séries finais do Ensino
Fundamental de uma escola da rede pública municipal de ensino de Vacaria/RS, constituem o
corpus empírico dessa investigação que tem como propósito responder como os estudantes se
apropriam das narrativas visuais do Brasil oitocentista, produzidas pelos artistas Jean-Baptiste
Debret e Johann Moritz Rugendas, que se encontram reproduzidas nos livros didáticos de
História em circulação no cotidiano escolar. É a partir dos procedimentos indicados pela
análise textual discursiva, metodologia de análise tomada na perspectiva de Roque Moraes,
que o material produzido no campo de investigação é organizado, analisado e interpretado.
Com o estudo empreendido é possível afirmar que são positivas as expectativas dos
estudantes acerca das imagens de que se apoderam no cotidiano escolar; que as práticas de
apropriação das imagens no interior da sala de aula ainda que sejam variadas, acontecem
marcadamente sob a vigilância das professoras que determinam as maneiras de fazer, que
estabelecem – ou procuram estabelecer – sentidos para as obras visuais apreendidas, que
autorizam as leituras praticadas; que as leituras de imagem dos estudantes comportam olhares
particulares e aninham referências singulares, mas também suas interpretações são produzidas
a partir de experiências, de conhecimentos que compartilham com seus colegas de classe.