Educação e autonomia : uma reflexão a partir da filosofia prática de Immanuel Kant
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Data
2014-06-02Autor
Zeni, Alencar Buratto
Orientador
Nodari, Paulo César
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O objetivo desta dissertação é explicitar o papel que a ação educativa pode desempenhar para que os educandos efetuem a transição da heteronomia para a autonomia, à luz da filosofia de Immanuel Kant. O problema de pesquisa consiste na seguinte questão: quais são as condições e possibilidades de se ter uma ação educativa capaz de promover nos educandos a transição da heteronomia para a autonomia, de acordo com a filosofia de Immanuel Kant? A dissertação está inserida na linha de pesquisa de Filosofia da Educação, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (PPGEd-UCS). Por meio de uma análise interpretativa dos referenciais teóricos, reflete-se, no primeiro capítulo, sobre os aspectos gerais e históricos do Iluminismo, pois fazem parte do ideário iluminista os conceitos de educação e autonomia. Posteriormente, busca-se a aproximação do referido movimento com o pensamento de Immanuel Kant, no intuito de corroborar o entendimento acerca das questõeschave do presente trabalho, utilizando-se, em especial, do texto O que é o Iluminismo? Ao abordar elementos fundamentais da filosofia kantiana e o contexto filosófico no qual se desenvolveu, analisam-se os conceitos de heteronomia e autonomia, utilizando-se como referencial a Fundamentação da metafísica dos costumes. No segundo capítulo, desenvolve-se uma análise interpretativa relativa à educação em Kant, buscando compreender sua concepção pedagógica. Para tanto, utiliza-se como base referencial a obra kantiana intitulada Sobre a pedagogia. No terceiro capítulo, num primeiro momento, elabora-se uma análise interpretativa da importância da filosofia kantiana e das conseqüências da idéia de autonomia na pedagogia contemporânea e, num segundo momento, retomam-se os conceitos de autonomia, heteronomia e educação, procurando explicitar alguns elementos teóricos que permitam refletir sobre as condições e as possibilidades de se ter um processo pedagógico que possa estabelecer uma educação para autonomia. Para tanto, buscou-se referências em autores como, Foucault, Höffe, Piaget e Adorno. É possível educar para a autonomia? No intuito de responder a essa pergunta duas observações são importantes: a) ter presente, como fundamento da consciência dos agentes promotores da educação, a ideia de estabelecer uma ação educativa que prepare o educando para que ele seja capaz de pensar criticamente e de formular os seus próprios juízos, de modo que ele possa decidir como agir nas diferentes circunstâncias da vida; b) refletir sobre a possibilidade da ação educativa para a autonomia, de modo que o professor, por um lado, assuma tal projeto e, por outro, oportunize-o aos alunos a fim de que eles se tornem autônomos.