O docente dos anos iniciais do ensino fundamental e suas concepções sobre alfabetização e letramento
Visualizar/ Abrir
Data
2014-06-03Autor
Lima, Itaise Moretti
Orientador
Ramos, Flávia Brocchetto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo busca refletir sobre quem são os professores que atuam no primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Fundamental da rede municipal de Vacaria e analisar as concepções desses docentes no que se refere ao processo de alfabetização e letramento de crianças no âmbito escolar. A investigação está ligada à linha de pesquisa Educação, Linguagem e Tecnologia, do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Para efetivar tal pesquisa, foi escolhido o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, do ano de 2009, para a seleção de quatro escolas – duas com as maiores médias e duas com as mais baixas, de acordo com este indicador de qualidade do ensino oferecido aos estudantes da Educação Básica. Desse modo, aplicou-se um questionário e uma entrevista aos educadores que atuaram em turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Fundamental no ano de 2009 para, a partir de seus discursos, traçar o seu perfil e elucidar as concepções sobre alfabetização e letramento que subjazem às práticas pedagógicas. Considerando que, por trás de toda ação educativa, especialmente quando se trata do ensino da leitura e da escrita, existe um posicionamento teórico, buscou-se respaldo em diversos autores que contribuem com tal discussão, tais como: Vygotsky (1998), Bakhtin (1981), Soares (2000, 2004) e Kleiman (1999). O discurso dos educadores foi o elemento chave na busca de relacionar tais entendimentos às teorias consultadas e ao desempenho das escolas nas avaliações externas. Observou-se, então, que os entendimentos dos profissionais acerca de conceitos como alfabetização e letramento ainda são carregados de elementos do senso comum. Assim, tais discursos não estão em conformidade com as mais recentes pesquisas feitas em relação à aprendizagem da leitura e da escrita, bem como com sua utilização nas práticas sociais. Destacaram-se ainda como relevantes os dados que apontam para relação entre idade dos educadores e tempo de serviço no magistério e sucesso no IDEB. As escolas apresentaram semelhança em seus perfis socioeconômicos, no número de alunos que atendem e também no quadro de professores, os quais, em sua grande maioria, possuem curso superior. A maioria dos entrevistados considera que a alfabetização é um processo contínuo, mas ainda encontra dificuldades para desenvolver seu trabalho na nova configuração do Ensino Fundamental de nove anos. A biblioteca escolar aparece como um recurso pouco explorado, fato que demonstra a existência de falhas na compreensão e divulgação dos programas de distribuição de materiais que promovem o letramento. Esta dissertação visa contribuir com reflexões pertinentes ao campo da alfabetização e do letramento escolar, para que educadores possam ressignificar suas concepções acerca desta temática e, com isso qualificar suas práticas de sala de aula e, consequentemente, obter melhores resultados no IDEB.