O conceito de turismo sexual na perspectiva de sua inserção como objeto de estudo na graduação em Turismo
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Data
2014-06-04Autor
Marinho, Marcela Ferreira
Orientador
Santos, Marcia Maria Cappellano dos
Metadata
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Esta pesquisa visa contribuir para a discussão/(re)construção do conceito de turismo sexual, na perspectiva de abordá-lo pedagogicamente na formação superior em turismo. O suporte teórico para as reflexões foi buscado na Teoria das Representações Sociais e na teoria psicanalítica freudiana sobre sexualidade. Metodologicamente, a análise do discurso pautou-se pelos conceitos de enunciação, de polifonia e heterogeneidade, respectivamente de Bakhtin, Ducrot e Authier-Revuz, assim como por procedimentos analíticos da Fenomenologia-Hermenêutica, conforme Panosso Netto. Foram analisadas matérias dos jornais Gazeta de Alagoas/AL e Correio do Povo/RS versando sobre turismo e respostas de alunos e professores de graduação em Turismo desses estados, a quem foi perguntado ´Como você define turismo sexual?´. Relativamente às representações sociais, as matérias jornalísticas indicaram predomínio do aspecto de ilicitude do fenômeno, sinalizando compartilhamento simbólico do turismo sexual, centrado, metonimicamente, na exploração sexual de menores, como problema social, e sobre a busca por satisfação sexual. Do ponto de vista da sexualidade, os jornais, representantes da mídia, portam o discurso freudiano fundante da organização dos grupos sociais, ou seja, o discurso fundante de acesso à cultura, de reconhecimento do interdito que viabiliza o social, impondo como necessária a repressão da sexualidade. O mesmo se aplica aos alunos e professores quando o polo definitório de turismo sexual recai sobre a perversão da sexualidade, aquele assumindo o discurso fundante e estes, dele sendo portadores. Outro polo definitório incide sobre a satisfação do desejo sexual, o que poderia estar refletindo a ―voz científica‖ da Academia, de aceitação do homem em sua natureza bio-psicossocial, embora não haja referência a segmentos turísticos em cuja denominação não aparece o termo ―sexual‖ inseridas socialmente no âmbito da normalidade. Confirma-se assim a complexidade conceitual do fenômeno e a necessidade de discutí-lo, seja, avançando na compreensão de tabus em relação ao termo, seja reconhecendo a existência de um lugar sadio e adequado para atender a demanda do turista na sua busca humana do prazer (não ilícito), da satisfação erótica. Nessa direção, cabe ao profissional do turismo reconhecer o desejo de natureza sexual do turista como um desejo humano, que não se constitui perverso ou ilícito a priori.
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