A linguagem da educação ambiental e a construção da pertença planetária
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Data
2014-06-06Autor
Brustolin, Rosane Kohl
Orientador
Soares, Eliana Maria do Sacramento
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A presente investigação tem como objetivo principal construir conexões entre os sentidos da linguagem dos educadores de educação ambiental com relação ao manejo dos resíduos sólidos no espaço escolar e a forma como os alunos aprendem a pertença planetária. Para isso, dividimos a dissertação em três capítulos. No primeiro capítulo apresentamos a matriz teórica na qual prepondera a Biologia do Conhecer e a Biologia do Amor de Humberto Maturana (1997, 1998, 2001), a partir dos conceitos que embasam a investigação: domínios de ação, acoplamento estrutural, autopoiese, linguagem, conversações, convivência, emoções. Do ponto de vista da educação ambiental, os teóricos que ancoram o estudo desenvolvido dialogam com Maturana no aspecto do paradigma sistêmico na educação ambiental: Gadotti (2000), Vasconcellos (2001), Reigota (1999), Morin; Ciurana; Motta (2003), Carvalho (2006), Leff (2001), Capra e Steindl-Rast (1990), Grün (1996). O segundo capítulo apresenta o percurso metodológico apoiado na proposta de Moraes; Galiazzi (2007) que se efetiva pelo processo de imersão e impregnação nos dados transcritos de grupos focais efetuados na escola de ensino fundamental onde se deu a pesquisa: unitarização e categorização dos elementos encontrados no corpus, análise através da qual procuramos responder a pergunta que constitui o problema e move a reflexão: a linguagem em educação ambiental, da forma como trata a questão dos resíduos sólidos no espaço escolar, possibilita aprender os sentidos de pertencer e habitar? Buscando responder à pergunta, no terceiro capítulo, são apresentados a descrição e a interpretação dos dados do corpus, analisando a linguagem da educação ambiental em seus diversos domínios tendo duas categorias como marcadores: domínios de ação e convivência da educação ambiental que, através de subcategorias, descreve as ações, interpreta o uso dos termos e a legislação, analisa o discurso, os projetos e o cuidado com o ambiente escolar; domínio das emoções na conversação que analisa as emoções de desalento, a negação do outro, a responsabilidade, a aceitação do outro. O diálogo entre as categorias permite concluir que, possivelmente, a educação ambiental no espaço escolar não construa nos alunos a pertença planetária: os domínios de ação na qual acontece a educação ambiental não os perturbam, uma vez que não ocorre a interação com os problemas ambientais do bairro e as emoções que movem as ações são de negação do outro e de desalento. Esse estudo discorre, também, sobre a possibilidade de constituir uma educação ambiental sustentável, que comporte a responsabilidade e a aceitação do outro ao compartilhar e que configure, nos sujeitos, a convivência e a construção da pertença planetária, através de ações pedagógicas no falar e no fazer, tais como: promover o conhecimento, a interação, a transformação e o cuidado com o espaço escolar e com o lugar onde moram, observando o bairro, cultivando hortas, jardins e árvores, segregando e acondicionando adequadamente os resíduos sólidos, bem como provendo a minimização de sua geração e destinação adequada de acordo com a legislação.