Família-criança-escola/professor : o interjogo repetição-transformação
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Data
2014-06-06Autor
Pereira, Siloé
Orientador
Azevedo, Tânia Maris de
Metadata
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A presente investigação – que tem como foco relações possíveis entre aprendizagem,
interações familiares e escolares – busca delinear uma compreensão acerca de possíveis interrelações
do estilo de aprender que uma criança porta ao adentrar o universo escolar e do lugar
que cabe à escola/ao professor na perpetuação ou na transformação desse estilo. O estudo
inicia com uma breve retomada acerca da trajetória percorrida pela educação (desde a Grécia
Clássica até a contemporaneidade, destacando aí períodos de maior ou menor importância
atribuída à educação escolar) e segue sistematizando bases teóricas voltadas à sustentação do
continuum que vai desde as aprendizagens mais remotas na vida da criança até suas primeiras
incursões nas aprendizagens acadêmicas. Valendo-se de referenciais psicanalíticos e
sistêmicos, caracteriza o sujeito do conhecimento/da aprendizagem e então realiza uma
incursão pelo universo da família, primeiro locus do desenvolvimento humano e do acesso ao
conhecimento. Novamente alicerçado nos referenciais teóricos citados, este trabalho discute a
família em seu percurso e em sua evolução até a contemporaneidade, traçando um desenho do
desenrolar do ciclo vital da família, em suas etapas normativas. Na sequência, são discutidos
os atos de aprender e ensinar em algumas de suas especificidades e interdependências, aí
focalizando um importante processo pelo qual uma família transmite, de uma geração a
outra(s), modos de se relacionar com o mundo do conhecimento, formal ou informal: o
processo de transmissão entre gerações. A pesquisa procede ao delineamento de uma síntese
em busca de um diálogo entre as duas perspectivas teóricas, com o objetivo de contribuir para
ampliar e aprofundar a compreensão do processo de aprender na intrincada rede de interações
criança-família, e destas com os espaços de aprendizagem escolar. À guisa de conclusão,
destaca a importância da escola, que desponta como um novo e rico espaço relacional, capaz
de amparar as expectativas e o desejo de aprender da criança, mas também de sustentar,
muitas vezes, a angústia gerada pela impossibilidade de aprender, apoiando, provocando
desdobramentos e o redimensionamento da energia psíquica, de modo a viabilizar caminhos
que possam apontar direções possíveis à criança. Nesse sentido, o professor constitui figura
que representa notavelmente a escola, de forma a que a criança potencialize os mandatos
familiares herdados de seus antepassados, ou, então, venha a desviar-se deles e diferenciar-se,
tornando-se autora do seu próprio destino como aprendente.