A escrita como técnica de si : formação de professores e os modos de subjetivação
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Data
2014-06-09Autor
Oliveira, Flávia Reis de
Orientador
Schuler, Betina
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Esta dissertação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul/RS – Mestrado em Educação, na linha de Pesquisa de História e Filosofia da Educação. Ela teve como objetivo problematizar de que modos a escrita vem funcionando como uma técnica de si na produção de modos de subjetivação de alunos do Curso de Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). A escolha metodológica por esse campo de investigação deu-se em função da grande exigência atual quanto à formação docente, bem como da recente transformação das Escolas Técnicas em Institutos Federais no Brasil. Tal investigação ocorreu por meio da análise de Memoriais escritos pelos alunos do referido curso, os quais foram solicitados pela disciplina de Seminários de Defesa de Estágio, como parte da avaliação para conclusão do curso. As análises foram feitas a partir de uma inspiração genealógica em Foucault, no sentido de investigar como esta escrita vem funcionando na produção de determinados modos de subjetivação, operando como uma técnica de si. A partir disso, busquei analisar a constituição dos regimes de verdade que aí circulam, tais como sintomas, em seus efeitos específicos de poder e subjetivação. Concebendo estes Memoriais como mais uma técnica por meio da qual se aplica a si mesmo certas operações, a fim de atender um certo estado, modo de ser, aqui interessando, especificamente, o lugar da docência. Tal pesquisa permitiu articular a formação docente, a escrita e a produção de modos de subjetivação, tomando a escrita como uma técnica de si em seus atravessamentos prescritivos e éticos. Este trabalho coloca-se, pois, para além de uma perspectiva identitária, denuncionista, totalizadora ou mesmo idealista, quando toma a análise das práticas discursivas na criação de modos de existência. Com as teorizações foucaultianas, portanto, busquei analisar os discursos que atravessam esses Memoriais, problematizando de que modo os alunos em processo de formação docente são tomados como objeto de conhecimento em relação à docência e, ao mesmo tempo, subjetivados de determinados modos. Então, a partir de minhas análises, identifiquei que a escrita funcionou como confissão, atravessada pelo discurso da vocação, conscientização,
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inclusão e pelo discurso da qualidade e mercado de trabalho. Palavras-chave: Escrita. Técnicas de si. Subjetivação. Formação de professores.