Eficiência energética em meios de hospedagem : crenças e práticas
Data
2014-06-26Autore
Assis, Regina Cardona de
Orientador
Rizzon, Luiz Antonio
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O crescimento do turismo gera impactos positivos e negativos. De um lado, surgem
novas alternativas socioeconômicas para comunidades locais, regiões e países,
gerando novos empregos, novas fontes de renda e desenvolvimento. Por outro lado,
o turismo ainda privilegia elites e contribui para a degradação do ambiente, gerando
consumo excessivo de energia, especialmente não renováveis. A maximização dos
impactos positivos e a minimização dos negativos depende do ser humano, suas
crenças e sentimentos (atitudes) e, principalmente, de suas ações. Nada mudará se
não mudarem as crenças, sentimentos (atitudes) e as práticas das pessoas que
administram e praticam o turismo. Frequentemente pessoas adotam um discurso
politicamente correto frente às questões ambientais, falam de suas convicções sobre
a necessidade de racionalizar recursos energéticos para evitar o esgotamento das
fontes geradoras, para diminuir emissões de carbono e evitar o aquecimento global.
Porém, as práticas nem sempre refletem as crenças, os sentimentos (atitudes) e o
discurso. Esta pesquisa focaliza a utilização racional de energia nos meios de
hospedagem e pretende verificar se as crenças e sentimentos (atitudes), as
verbalizações e as práticas dos gestores de meios de hospedagem do Litoral Norte
do Rio Grande do Sul, referente ao consumo racional de energia, são coerentes. Os
sujeitos foram os gestores dos meios de hospedagem do município de Arroio do Sal
(RS), e os critérios de utilização racional de energia foram estabelecidos a partir da
Norma NBR 15401: 2006 – Meios de hospedagem – Sistema de gestão da
sustentabilidade – Requisitos. A pesquisa predominantemente qualitativa, tem
caráter exploratório e utilizou as técnicas de entrevista e observação. A partir do item
5.6 da NBR 15401: 2006 e seus subitens foram elaborados os instrumentos para
coleta de dados, um questionário de atitudes (crenças e sentimentos), um roteiro de
entrevista e uma planilha de observação das práticas. Os resultados evidenciaram
que nem sempre há coerência entre crenças e sentimentos (atitudes) e as práticas
desenvolvidas pelos gestores de meios de hospedagem. As atitudes predispõem o
indivíduo, mas não são determinantes para as práticas. No entanto, pode-se
considerar que já há informações e crenças favoráveis ao uso racional de energia e
que houve avanços. Em síntese, para que os meios de hospedagem utilizem
critérios de eficiência energética, será fundamental haver políticas de incentivo,
legislação, prêmios, assistência técnica, financiamentos com juros convenientes e
divulgação de programas nacionais voltados à utilização de eficiência energética nos
empreendimentos turísticos.