Turismo e imaginário : o percurso histórico do chocolate em Gramado/RS
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Data
2014-06-26Autor
Vargas, Daniela Pereira de
Orientador
Gastal, Susana de Araújo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O chocolate é um alimento largamente consumido em muitos países, tanto em climas quentes
como frios, na forma líquida ou sólida. A sua história remonta aos povos pré-colombianos,
mas, em 1527, as sementes de cacau foram levadas para a Europa. No século XIX há a
criação de equipamentos para melhorar o aspecto visual e o sabor do chocolate e a abertura,
na Europa, das primeiras indústrias produtoras de chocolate. No Brasil, as primeiras fábricas
foram inauguradas no final do século XIX e início do século XX, por imigrantes europeus. No
Sul do Brasil, a presença do chocolate de forma comercial marcante se dá na cidade de
Gramado (RS), a partir de 1975, com a inauguração, no local, da primeira fábrica de chocolate
caseiro. Hoje, o produto é uma das representações do município e está consolidado no
imaginário das pessoas, o que se reflete na sua associação com o turismo na região. Logo, o
estudo se caracteriza por seu corte qualitativo e por seu caráter exploratório, tendo por
objetivo geral reconstruir o histórico da presença do chocolate em Gramado (RS) entre os
anos 1975 a 2012, como produto e imaginário, na sua associação local com o turismo. Como
objetivos específicos, a dissertação propôs contextualizar historicamente a presença do
chocolate em Gramado (RS) e contextualizar teoricamente os imaginários no seu vínculo com
o turismo no local. Como metodologia, o estudo utilizou a história oral, com apoio das
pesquisas bibliográfica e documental. A pesquisa identificou que o produto surgiu de uma
proposta trazida da Argentina por Jayme Prawer. Com a introdução desse produto, Gramado
passa a reproduzir o imaginário argentino associado ao produto, e em torno do chocolate, um
imaginário de produto sofisticado, para um consumo de elite e de produção caseira. Com o
decorrer dos anos passa a construir sobre o chocolate um imaginário europeu e a trabalhá-lo
na forma artesanal. No momento que adota o conceito de tematização, passa-se à presença de
um imaginário disneyficado. Hoje, as duas linhas de imaginário estão fortemente presentes no
chocolate de Gramado e no município: o de europeização e o de disneyficação. A pesquisa
também mostrou que os imaginários do chocolate alimentam o turismo local.