Petróleo, pratas e putas : relações de poder em A noiva escura, de Laura Restrepo
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Data
2014-07-03Autor
Cidade, Tiago Vinícius
Orientador
Zinani, Cecil Jeanine Albert
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Da Grécia antiga até os dias de hoje, o sexo feminino carrega um fardo de submissão perante o sexo masculino, que parte das diferenças biológicas e chega à esfera sociocultural. Durante séculos, a mulher permaneceu silenciada, aceitando a condição de dominação imposta, principalmente, pela diferença de seu corpo em relação ao do homem. Entretanto, aos poucos, o sexo feminino passa a lutar em prol de seus direitos igualitários, atingindo, até certo ponto, direitos semelhantes àqueles desfrutados pelos homens. Mesmo assim, a dificuldade em igualar os direitos entre ambos ainda se apresenta latente em nossa sociedade. Este trabalho analisa, por meio da perspectiva dos Estudos Culturais de Gênero, elementos significativos de representação feminina e sua sexualidade, representados em A noiva escura, de Laura Restrepo, a fim de discutir a subversão ou não do discurso patriarcal por meio do exercício da sexualidade da mulher. Assim, defende-se a hipótese de que a mulher, ao optar pela atividade da prostituição como meio de subsistência, bem como para o próprio prazer, coloca-se distante dos domínios do poder masculino. Cabe ressaltar que, por estimular uma divisão de gêneros, a sociedade representada na narrativa privilegia os valores alicerçados em uma base patriarcal, restando ao feminino mover-se em função de sua sexualidade. Nesse sentido, a desconstrução da oposição homem/mulher e as demais oposições associadas a esta no universo narrado acontecem por meio da sexualidade feminina, representada pela personagem principal – Sayonara, a prostituta.