Escolas étnicas dos imigrantes poloneses no Rio Grande do Sul, (1875-1939)
Mostra/ Apri
Data
2015-04-13Autore
Malikoski, Adriano
Orientador
Kreutz, Lúcio
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Este estudo buscou pesquisar como foi estruturado o processo de escolarização das escolas étnicas polonesas no Rio Grande do Sul. Tais escolas faziam parte de um sistema de ensino étnico que esteve relacionado com o processo de implantação de escolas privadas nos núcleos de imigração polonesa pelo Estado, por meio dos processos de construção étnica e identitária desses imigrantes. Teve como recorte temporal o início da imigração polonesa para o Rio Grande do Sul em 1875, até o processo da nacionalização do ensino em 1939, que decretou o fim do processo de escolarização da imigração no Brasil. A construção dessa narrativa teve como objetivo investigar como foi esse processo de escolarização desses imigrantes no Estado do Rio Grande do Sul. Ao longo do tempo, as práticas educacionais foram estabelecidas em diferentes perspectivas de acordo com os períodos históricos e os espaços configurados pela atividade humana. A organização de comunidades e de sociedades escolares, bem como a condução desses processos, que de algum modo responderam suficientemente aos anseios de ensino, formaram organizações de ensino étnico. Conhecer o processo de constituição histórica desses sistemas de ensino do passado ajuda-nos a compreender os modos e os sentidos da educação no presente. No início do processo de colonização, o analfabetismo era um problema constante. Não havia um amparo adequado por parte do governo em se tratando de educação. Dessa forma, os poloneses planejaram suas iniciativas educacionais, utilizando-se dos recursos que possuíam. Improvisaram escolas e professores com o objetivo de melhorar a instrução e o processo cultural nos núcleos e comunidades, sem qualquer acompanhamento oficial dos países de onde emigraram. Após o desenvolvimento da pesquisa, foi constatado que no Rio Grande do Sul houve um sistema de ensino com características típicas da cultura polonesa. Segundo o censo escolar da imigração polonesa no Brasil – realizado pelo Consulado da Polônia em Curitiba – até 1937, em diferentes núcleos e regiões do Rio Grande do Sul, foram organizadas 128 escolas étnicas polonesas com 4.560 alunos e 114 professores. Na história cultural, referência de leitura desse processo de ensino, privilegia-se a compreensão dos muitos aspectos que envolvem a reconstrução do passado em uma narrativa, no cuidado e no tratamento de diferentes tipos de fontes. Foram importantes aportes teóricos autores como Barth (1998) e Kreutz (2003), os quais relacionam o processo étnico com a construção social das comunidades. Com dois decretos sucessivos do presidente Getulio Vargas, em 1938 e 1939, todos os processos étnicos escolares da imigração foram sumariamente findados, prejudicando o fortalecimento e o desenvolvimento social e escolar dessas comunidades.