O brincar na educação infantil : a influência das tecnologias digitais móveis no contexto da brincadeira
Visualizar/ Abrir
Data
2015-08-26Autor
Meneguzzo, Lorivane Aparecida
Orientador
Soares, Eliana Maria do Sacramento
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A pesquisa que deu origem a esta dissertação surge das inquietações da pesquisadora, em sua atuação como professora de Educação Infantil, e tem como objetivo central analisar o brincar em contextos permeados pelos dispositivos digitais móveis. Como aporte teórico, a pesquisa valeu-se da abordagem sociointeracionista proposta pelos estudos de Vygotsky. Os principais conceitos considerados foram: mediação, sociointeração, situação imaginária e a ZDP, articulando o brincar com as tecnologias digitais móveis, no contexto da cultura digital. Também se buscou subsídios acerca do brincar em Winnicott, Kishimoto, Benjamin e Huizinga. O estudo foi realizado em uma escola municipal de Educação Infantil, com crianças de três a quatro anos de idade. O delineamento metodológico foi baseado na pesquisa de cunho qualitativo. Para geração de dados, optou-se pela videogravação, realizada na sala onde as crianças desenvolvem suas brincadeiras e recreações, em dias alternados, nos turnos da manhã e da tarde. Os dispositivos digitais móveis – Smartphones e Tablets – foram inseridos entre os brinquedos e entre os demais materiais da sala, ficando à disposição das crianças. Essas videogravações geraram o corpus que foi analisado a partir de um processo de análise das imagens, inspirada nos estudos de Honorato, Larocca e Sadalla, Leonardos, Silva, Peixoto e Demartini, com o intuito de responder à pergunta norteadora: como o brincar na Educação Infantil se modifica em um contexto escolar permeado por dispositivos digitais móveis? Para o tratamento dos dados, realizou-se a transcrição das videogravações, com o olhar voltado a alguns norteadores teóricos: mediação, sociointeração, situação imaginaria e ZDP. Dessa forma, identificaram-se as unidades visuais e verbais. A partir dessas, encontraram-se as categorias emergentes: interesse nos dispositivos móveis; acontecimentos; mediação; interação e sociointeração; situação imaginária e verbalizações. Esse processo foi inspirado em Moraes e Galiazzi (2007). Na articulação entre as categorias, buscando as possíveis modificações no brincar permeado por dispositivos móveis, encontrou-se a plasticidade dos DM como elemento importante, pois a tela se modifica e se molda conforme o toque da criança, despertando seu interesse em interagir com esses dispositivos. Nesse sentido, a plasticidade pode ser um dos elementos relacionados às modificações identificadas no brincar, já que os DM oferecem funções, simulações e opções de telas e links que possibilitam múltiplos caminhos, no sentido da dinamicidade, a partir da forma com que a criança interage com os dispositivos. A possibilidade dos DM funcionarem como ativadores da ZDP, transformando o potencial em real, e a interação/sociointeração e mediação também destacaram-se, pois, ao interagir, a possibilidade da criança construir novos elementos cognitivos se amplia. Assim, teceram-se algumas recomendações e desdobramentos da ação docente na Educação Infantil, de modo que o professor reavalie suas concepções acerca do brincar no contexto da inserção dos DM, já que cabe a ele mediar, incentivar, estimular e disponibilizar os materiais para a brincadeira, favorecendo, desse modo, a ampliação do potencial de aprendizagem das crianças a partir do brincar.