Trama de marcas turístico-comunicacionais no processo de desterritorialização desejante de sujeitos 'entre mundos'
Abstract
A presente pesquisa tem como objetivo apresentar a trama de marcas turístico-comunicacionais no processo de desterritorialização desejante de sujeitos 'entre mundos', como são denominados, neste estudo, os intercambistas. Em termos teóricos, trata-se de estudo transdisciplinar, na perspectiva complexa e ecossistêmica, em que se busca relacionar especialmente as áreas de Turismo, Comunicação e estudos de subjetividade. Em coerência com a lógica epistemológico-teórica da pesquisa, a estratégia metodológica é a Cartografia dos Saberes, proposta por Baptista (2014; 2020), a partir de quatro grandes trilhas investigativas. As trilhas Saberes Pessoais, Saberes Teóricos, Usina de Produção e Dimensão Intuitiva da Pesquisa envolvem aproximações e ações investigativas. Em termos operacionais, a pesquisa envolveu: levantamento bibliográfico, diário de pesquisa, conversas preliminares com sujeitos intercambistas; rodas de conversa com pesquisadores do Amorcomtur!. As ações investigativas corresponderam também a quinze 'com-versações' com pautas semiestruturadas, com sujeitos 'entre mundos'. Essas conversações resultaram em relatos e quadros-síntese de marcas turístico-comunicacionais. Com base no referencial teórico e nos dados de campo, a pesquisa demonstra que as marcas turísticas e marcas comunicacionais são vivenciadas no território, durante a desterritorialização, na simulação e na reterritorialização. As marcas percebidas são: desejo de nomadismo, a inconsciente perda do território, processo de estranhamento, esboços de convivência, sentimento de pertencimento ao novo lugar e criação de conexões ecossistêmicas. A trama de marcas comunicacionais, por sua 'com-versações' internas, com o nicho ecológico e com a trama midiática. Esses três processos comunicacionais se repetem em todo o processo da desterritorialização desejante. Além do mais, o sujeito desenvolve a consciência do 'entre mundos' durante o processo de intercâmbio, justamente por se sentir dividido nas duas vivências. Através dos desafios, potencializa a percepção de si, desenvolve entrelaços de amorosidade, vive relações mediadas pela tecnologia, amplia sua consciência cultural, econômica e ambiental e ainda apresenta potencialidades de reinvenção de si e de autopoiese. A pesquisa teve o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). [resumo fornecido pelo autor]