Mentalidade matemática de crescimento e aprendizagem sobre frações: estratégias de ensino nos anos iniciais do ensino fundamental
Abstract
O presente texto discorre sobre o desenvolvimento de uma pesquisa, que foi realizada no intuito de investigar se a aplicação de estratégias de ensino na aprendizagem sobre frações, baseadas nos estudos a respeito da mentalidade de crescimento, e em metodologias ativas, realmente têm potencial de promover uma evolução no desenvolvimento do pensamento matemático. Procurou-se fundamentar os conceitos de plasticidade cerebral, mentalidade fixa, mentalidade de crescimento, enfatizando o erro, a tentativa e a persistência como parte importante no processo de aprendizagem e na superação de desafios, utilizando referências como as autoras Jo Boaler e Carol Dweck. Em recente avaliação internacional de aprendizagem pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, 2018), os dados divulgados apresentaram o Brasil na preocupante posição 72º e 74º lugar em matemática, evidenciando o quanto precisamos investir na Educação de nosso país, tanto em recursos materiais, quanto em formação docente. É nesse ponto que essa pesquisa se propôs a contribuir, constituindo um material de apoio, referencial teórico, e abordagem qualitativa, para que professores possam vir a conhecer e/ou aprofundar seus estudos sobre a importância de promover o desenvolvimento de uma mentalidade matemática de crescimento em seus alunos. E também utilizar estratégias de ensino, para propiciar uma aprendizagem significativa e satisfatória. Diante desses objetivos, ao longo da aplicação, percebeu-se a evolução dos aspectos cognitivos e atitudinais dos estudantes, observada mediante suas explanações, apresentações e argumentos, demonstrando um amadurecimento gradual. A pesquisa de abordagem qualitativa foi aplicada em uma escola da Rede Municipal de Caxias do Sul, com uma turma do quinto ano do Ensino Fundamental, e teve o objetivo de executar de forma prática, com crianças em idade escolar, estratégias de ensino de matemática, tendo como consequência a elaboração de um produto educacional, que poderá servir de material formativo e de apoio a professores dos anos iniciais do ensino fundamental. O procedimento empregado foi de intervenção pedagógica e empírica, no qual com a intervenção do professor, foram proporcionadas atividades práticas de matemática, para que as crianças pudessem experienciá-las. A coleta de dados aconteceu por meio direto entre pesquisadora e estudantes. A pesquisadora foi participante do processo, interagindo com os sujeitos em um contexto naturalístico. A técnica de análise de dados, teve uma abordagem qualitativa descritiva, em que os dados coletados foram avaliados individualmente, e em conjunto, de forma a identificar quais foram as formas de pensamento empregadas pelos sujeitos, e como colaborariam para um amadurecimento dos mesmos em relação ao processo matemático. A pesquisa foi organizada em uma sequência didática, com dezoito encontros, que ocorreram entre os meses de agosto a dezembro de 2021. No desenvolvimento dessa pesquisa foi possível notar uma evolução na mentalidade dos estudantes, que passaram a acreditar mais em seu potencial. Essa constatação pode ser medida de alguma forma, com a reaplicação do questionário inicial ao final da sequência didática. O percentual de estudantes que demonstravam uma mentalidade de crescimento subiu de 64% em agosto, para 85% ao final da aplicação das atividades no mês de dezembro de 2021. Os resultados decorrentes dos encontros elaborados dentro do formato da pesquisa, serão apresentados, apontando para as tendências promovidas pelas teorias aplicadas. Esses resultados positivos contribuíram para a construção do Guia Didático, documento proposto no início da pesquisa. [resumo fornecido pelo autor]