Conectar-com socialidades e práticas do trabalho de balconistas de farmácia
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Data
2025-02-06Autor
Söllinger, Marcos Elói
Orientador
Larentis, Fabiano
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese percorre a literatura de estratégia e estratégia como prática para chegar até a textura de práticas de Silvia Gherardi, especificamente nos seus desenvolvimentos mais recentes sobre a ideia de agencement - traduzido como conectar-com. O objetivo da pesquisa foi compreender o conectar-com das práticas de trabalho em farmácias, com foco nas práticas de trabalho dos balconistas de farmácia. Os métodos de pesquisa empregados foram: entrevistas narrativas, shadowing, Interview to the Double e Walking-as-method. Também foram mesclados à narrativa de tese as experiências do pesquisador, tal como suas vivências como trabalhador na área. Do campo empírico, foram construídas três seções com as seguintes temáticas: práticas de trabalho, aprendizagem do trabalho e questões éticas. A primeira seção é a do rizoma-farmácia, onde foi identificada como predominante a produção de um modo de vida e consumo managerialista através do segmento de farmácia. Nesse meio, são reveladas práticas perversas do varejo, a variação das farmácias como atores e meios do rizoma, e a co-criação de necessidades nos clientes a partir do que a indústria farmacêutica desenvolve. Na segunda seção, foram identificadas as práticas de trabalho e os processos de aprendizagem, tendo destaque a aprendizagem de práticas de razoabilidade (na busca por menor risco em ação) e a prática do corpo-em-uso. A terceira seção traz questões éticas, onde se compreendeu que a venda define o código ético que as empresas trabalham, tendo suas principais influências advindas das práticas sociais que são primeiramente externas às práticas organizacionais. O conceito de conectar-com possibilita mostrar que há práticas intencionais fora do contexto organizativo que passam a lhe ser constitutivas, sendo sustentado o argumento de tese de que a estratégia organizacional é uma prática menor na textura de práticas do organizar, co-constituída por outras práticas da socialidade e dependente do contexto em que ocorre. O panorama revelado é de que o balconista de farmácia é um ator menor de um jogo de forças de poder, que lhe causa o apagamento de si e constrói injustiça epistêmica, negando-lhe ser sujeito do conhecimento na socialidade. [resumo fornecido pelo autor]