O corpo da criança com paralisia cerebral: percepção dos professores e estratégias pedagógicas
Date
2019-03-06Author
Oliveira, Emerline de
Orientador
Bisol, Cláudia Alquati
Metadata
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O objetivo desta pesquisa é analisar a percepção de professores acerca de estudantes com Paralisia Cerebral, considerando a centralidade do corpo e as estratégias pedagógicas utilizadas pelos educadores, com a finalidade de favorecer a aprendizagem do estudante. Diversos olhares sobre o corpo permeiam a sociedade, fazendo com que o corpo com deficiência seja percebido de maneiras distintas, marcando as atitudes dos profissionais e das escolas. O aporte teórico percorre os caminhos das principais teorias sobre o corpo e como o corpo com deficiência é compreendido nos modelos médico e social. Contextualiza-se a Paralisia Cerebral com a finalidade de compreender as principais características desse estudante e situa-se algumas questões relativas à inclusão escolar. A investigação consiste em um estudo qualitativo de natureza exploratória, composto por entrevistas semiestruturadas. Os participantes do estudo foram nove professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal de ensino de Caxias do Sul, os quais lecionam para um ou mais alunos com Paralisia Cerebral. A análise dos dados foi realizada com base na análise de conteúdo de Bardin (2011). Os resultados foram analisados e divididos em três categorias: a) O olhar sobre o corpo; b) Formação docente; c) Prática docente. Os resultados permitem identificar que vários dos professores entrevistados ainda compreendem o corpo diferente como um corpo anormal ou doente. Em virtude de suas características, o corpo da criança com Paralisia Cerebral é percebido como frágil e vulnerável,
o que ocasiona medo e insegurança nos professores. Evidencia-se, também, que quanto maior
o comprometimento motor das crianças, mais difícil se torna para o professor encontrar potencialidades em seu aluno. Em contrapartida, nota-se que há um avanço em direção à inclusão no momento em que os professores compreendem as necessidades de seus alunos e buscam estratégias para aprimorar a prática docente. Considera-se, então, que incluir demanda ação, tempo, energia e esforço para romper com paradigmas religiosos e culturais, a fim de aceitar a diferença e chegar à mais relevante das questões: a saída da zona de conforto. Além disso, acredita-se que incluir seja desafiador pois exige que o professor esteja constantemente fazendo ajustes em suas práticas para propiciar ao aluno situações significativas de aprendizagem.