Caracterização físico-química e sensorial dos vinhos espumantes da serra gaúcha
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Data
2014-06-05Autor
Meneguzzo, Júlio
Orientador
Vanderlinde, Regina
Metadata
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A influência da cultivar e da época de colheita na composição físico-química e na qualidade sensorial dos espumantes da Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, elaborados pelo método Champenoise nas safras 2006 e 2007, foi avaliada. As cultivares utilizadas foram Riesling Itálico, Chardonnay e Pinot Noir. As uvas foram colhidas em duas épocas distintas: uma referente ao ponto de colheita definido como ideal (época 1) e outra oito dias após (época 2). Os mostos, os vinhos base e espumantes foram analisados quanto à composição básica conforme a metodologia oficial brasileira. Além disso, nos vinhos base e espumantes foram analisados os elementos minerais e compostos aromáticos, através de absorção atômica e cromatografia gasosa, respectivamente. Os espumantes foram avaliados sensorialmente, por uma equipe de degustadores qualificados. Os resultados das análises clássicas dos mostos e vinhos base diferenciaram cultivares e épocas de colheita, nas duas safras estudadas. O mosto de Chardonnay apresentou maior valor de grau º Brix e de álcool potencial. O Pinot Noir se diferenciou pela acidez mais elevada, enquanto que o Riesling Itálico apresentou menores grau Brix e acidez total. Os mostos das uvas colhidas na segunda época apresentaram maiores teores de açúcar, álcool potencial, pH e relação brix/acidez total, e menor acidez. Nos vinhos base, as cultivares Chardonnay e Riesling Itálico apresentaram, respectivamente, maior e menor teor alcoólico e os vinhos das uvas de colheita mais tardia apresentaram menor acidez total. Entretanto, nos vinhos espumantes as análises clássicas não apresentaram diferenças significativas em relação às cultivares e épocas de colheita. Entre os elementos minerais dos vinhos base e dos espumantes correspondentes, o Zn foi único elemento que apresentou diferença significativa entre as cultivares sendo que os vinhos Chardonnay obtiveram os maiores teores. Os vinhos base provenientes das uvas com maior grau de maturação apresentaram, independente da cultivar, maiores níveis de K, Ca, Mg, Mn, Fe, Rb, Li e P e concentrações mais baixas em Cu e Zn. Quanto aos compostos voláteis, maiores quantidades de 2-fenil etanol e dietil succinato diferenciaram os vinhos da cultivar Chardonnay e maiores concentrações de hexanoato de etila e de acetato de isoamila diferenciaram os vinhos da cultivar Riesling Itálico. Já os vinhos Pinot Noir apresentaram teores de 2-metil-1-propanol e 2-metil-1-butanol significativamente superiores às outras variedades. Os vinhos obtidos de uvas colhidas na segunda época apresentaram menores teores de ácido butírico, diferenciando as duas épocas de colheita. Quanto à avaliação sensorial, a variedade Riesling Itálico apresentou maiores notas florais e a Chardonnay maior nota no frutado, tanto no aspecto olfativo quanto no gustativo. Já a Pinot Noir, maior nota vegetal, levedura e pão tostado. Na avaliação final os degustadores não fizeram distinção entre os espumantes Pinot Noir e os Chardonnay, preferindo estes aos de Riesling Itálico, nas duas safras estudadas. Na safra 2007 os degustadores preferiram os espumantes das uvas da primeira época de colheita, enquanto na safra 2006 não foi observada diferença entre as épocas de colheita. O presente trabalho contribuiu para a identificação dos principais constituintes e descritores que determinam a distinção e a tipicidade dos vinhos espumantes da Serra Gaúcha.