História da educação rural em Pinhal da Serra (RS): práticas de mediação cultural (1963-1993)
Mostra/ Apri
Data
2020-06-24Autore
Sgorla, Alana Silva
Orientador
Rela, Eliana
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Este estudo investiga as práticas cotidianas e analisa as representações sobre a cultura escolar das escolas rurais do município de Pinhal da Serra (RS), entre os anos de 1963 e 1993. O processo de emancipação de Pinhal da Serra ocorre a partir de 1996; assim, essa pesquisa transcorre no período em que o território foi distrito de Vacaria e, posteriormente, de Esmeralda. O recorte temporal dessa investigação compõe-se do período de magistério dos professores e professoras entrevistados. A pesquisa encontra-se no campo da História da Educação e tem, como referencial teórico, a História Cultural. Seu objetivo é descrever e analisar as representações sobre a cultura escolar das instituições de ensino primário do espaço rural de Pinhal da Serra (RS), através da memória de dois professores e três professoras que lecionaram nessas escolas no período estabelecido pelo recorte temporal. Para tal,
utilizou-se como metodologia a História Oral (ALBERTI, 2004; FERREIRA, 2002; PORTELLI, 2016) e a Análise Documental (BACELLAR, 2005; LE GOFF, 1996; LUCHESE, 2014). A análise das narrativas (CERTEAU, 2012; CHARTIER, 2002; HALBWACHS, 2006) dos professores e professoras rurais, a partir da História Oral, compreende a memória como documento. Juntou-se à empiria documentos escolares escritos e documentos iconográficos, cedidos pelos entrevistados ou localizados durante o processo de pesquisa. O registro da história local dos Campos de Cima da Serra, especificamente de Pinhal da Serra, permitiu a análise das
práticas no contexto histórico-cultural em que se desenvolveram. As fontes permitiram estabelecer algumas características no percurso da história da educação do município estudado, deixando evidente que a instalação de Esmeralda (RS) foi determinante para a organização das instituições escolares existentes e a ampliação do número de comunidades atendidas por escolas. As narrativas dos docentes evidenciam a dimensão da atuação dos professores e professoras rurais no contexto pesquisado. Foi possível compreender que as representações presentes nas memórias desses sujeitos, recompõem um tempo e um espaço onde os/as professores/as exerciam a função de mediadores culturais nas comunidades rurais onde estavam inseridas as escolas. As práticas de mediação cultural realizadas pelos/as professores/as rurais nesse território, aconteceram em um contexto específico, diretamente relacionado ao modo de vida rural e trouxeram como características o envolvimento em atividades em vão além do espaço escolar e invadem os espaços de organização social e cultural dessas comunidades rurais.