Memórias de escolarização na perspectiva da escola étnica paroquial em Kronenthal/ Vale Real - RS (1933-1965)
Mostra/ Apri
Data
2020-07-01Autore
Mello, Mariane Fruet de
Orientador
Rela, Eliana
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Este trabalho, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul, e intitulado “Memórias de Escolarização na perspectiva da Escola Étnica Paroquial em Kronenthal/Vale Real – RS (1933-1965)” possui caráter histórico com enfoque nas práticas de educação da localidade a partir da constituição de sua primeira escola. Responde-se, aqui, então, ao seguinte questionamento: “Como se constituíram os processos de escolarização de Kronenthal/Vale Real – RS por meio da Escola Étnica Paroquial, e como eram as práticas educativas nessa Escola?”. O objetivo geral da investigação é analisar as memórias de escolarização no município, por meio de entrevistas com ex-alunos da instituição pesquisada, estabelecendo relações com o contexto histórico e os distintos grupos sociais que se fixaram no povoado. Para cumprir com o proposto, buscou-se, especificamente: identificar e compreender as relações entre a comunidade e a mobilização dos moradores para a instituição da Escola étnica paroquial no município, bem como estabelecer relações com o contexto histórico daquele período; identificar, compreender e estabelecer possíveis relações entre a institucionalização da Escola Étnica Paroquial de Kronenthal, sua forma de organização, e sua cultura escolar. A investigação de caráter qualitativo utilizou da metodologia da História Oral; a análise foi também aplicada a documentos pessoais, como fotografias, históric*-o escolar de professor, caderno, certificado e salvo conduto, acessados por meio de acervo pessoal dos entrevistados e de outros colaboradores. A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural, a partir do diálogo com historiadores como Burke (1992; 2008), Chartier (1990), Le Goff (1990) e Pesavento (2005). Para viabilizar a estrutura teórica, também são utilizados os conceitos de Escola Étnica, propostos por Kreutz (1991), Rambo (1994), Luchese (2010), de memória, a partir de Le Goff (1996), Bosi (2004) e Halbwachs (2006), e de culturas escolares, por Vidal (2005) e Julia (2001). A dissertação está organizada em cinco capítulos, sendo o primeiro de considerações iniciais, que contextualiza o estudo, o segundo de introdução do percurso metodológico da História Oral e análise documental, o terceiro de delimitação do campo educacional e de discussão do processo de imigração até a chegada dos imigrantes na localidade de Kronenthal – no século XIX, o quarto capítulo de apresentação da história da Escola Paroquial de Kronenthal/Vale Real RS, por meio das narrativas das memórias dos entrevistados, e o quinto de considerações finais. Este trabalho pôde reproduzir, com narrativas e documentos, uma história da escolarização da localidade, baseada nas memórias da Escola Paroquial, na análise de suas influências na sociedade e pela Igreja e na reconstrução do papel do professor e das aulas. Como resultados foi possível evidenciar que a pesquisa permitiu acessar visões bem particulares, de acordo com cada narrativa dos entrevistados que, apesar de subjetivas, encontraram correspondência no grupo e puderam, então, dar vida à escola não retratada pelos documentos oficiais e esquecida pela comunidade local. A utilização de fontes meramente oficiais geraria uma discussão mais fria, talvez distante ainda que objetiva, sem riqueza de detalhes gerada por sentimentos e pelas palavras que afinal sempre construíram a história