Efeito antitumoral de extratos das macroalgas antárticas Cystosphaera jacquinotti, Desmaretia anceps e Iridaea cordata sobre a linhagem celular tumoral
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Data
2020-07-09Autor
Frassini, Rafaele
Orientador
Ely, Mariana Roesch
Henriques, João Antonio Pêgas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O câncer colorretal é o terceiro mais prevalente no mundo, estando associado a elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Apesar dos avanços na área de diagnóstico nas últimas décadas, os índices de mortalidade permanecem elevados, devido à resistência celular tumoral às drogas convencionais. Devido a estes fatores, a busca de novos compostos com atividade antitumoral é de extrema importância. As macroalgas antárticas são adaptadas a um ambiente extremo, apresentando uma diversidade de metabólitos e, por isso, sendo consideradas fontes promissoras de compostos com atividade anticâncer. Neste trabalho, a linhagem celular tumoral HCT 116 foi exposta a concentrações crescentes de extratos obtidos a partir das macroalgas antárticas Iridaea cordata, Cystosphaera jacquinotii e Desmarestia anceps por ultrassom. Para a macroalga D. anceps, foi realizada também a extração por maceração dinâmica, utilizando-se o extrato clorofórmico. Este extrato foi fracionado e a citotoxicidade do extrato e das frações contra a linhagem HCT 116 foi avaliada. Os extratos e frações foram caracterizados quimicamente. A via de indução de morte e o efeito causado no ciclo celular da linhagem HCT 116, após exposição ao extrato DACM na concentração do IC50 e o dobro deste valor, foram analisados por citometria de fluxo. Os extratos hexânico e clorofórmico da macroalga I. cordata e hexânico, clorofórmico e metanólico de D. anceps, obtidos por ultrassom, mostraram-se citotóxicos contra a linhagem celular tumoral HCT 116. O extrato clorofórmico de D. anceps, preparado utilizando-se a técncia de maceração dinâmica (DACM) apresentou citotoxicidade contra a linhagem
XIV
HCT 116. Com exceção da fração 1, as demais induziram a redução da viabilidade celular da linhagem HCT 116. Verificou-se também que o extrato DACM causou a redução do número de células na fase G1 do ciclo celular e o aumento do percentual de células multinucleadas. Com o emprego de Anexina V/PI, verificou-se que o mecanismo de morte celular induzido, após exposição das células tumorais HCT 116 ao extrato DACM por 24 horas, foi o de apoptose. Estes dados sugerem que os extratos hexânico e clorofórmico de I. cordata e os extratos hexânico, clorofórmico e metanólico de D. anceps sejam candidatos a posteriores estudos para a identificação de compostos com atividade antitumoral. Este foi o primeiro estudo a reportar a atividade anticâncer de extratos e frações da macroalga parda D. anceps, bem como o mecanismo de morte e efeito causado no ciclo celular da linhagem HCT 116, após exposição ao extrato, sugerindo que esta alga seja promissora candidata a futuros estudos para a identificação e isolamento de moléculas com atividade antitumoral.