Interferências do uso turístico na qualidade ambiental de lagoas costeiras do litoral norte do Rio Grande do Sul
Datum
2014-06-26Autor
Ramos, Bernardo Villanueva de Castro
Orientador
Lanzer, Rosane Maria
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
O Rio Grande do Sul apresenta em seu litoral um mosaico de lagoas único no mundo, as quais tiveram sua origem nas variações no nível do mar durante os períodos Pleistoceno e Holoceno. Lagos constituem importantes atrações de destinos turísticos. No litoral norte do Rio Grande do Sul, região de estudo, algumas lagoas são utilizadas para abastecimento, irrigação de plantações de arroz e turismo, apresentando grande potencial para o desenvolvimento de diversas atividades turísticas e atração de visitantes. O presente estudo tem como objetivo determinar a qualidade ambiental de três lagoas costeiras do Rio Grande do Sul, sendo norteado pela seguinte problemática: quais interferências resultantes do uso turístico alteram o nível da qualidade ambiental na Lagoa da Fortaleza, Lagoa da Rondinha e Lagoa do Cipó? Para isso realizou-se entrevistas com os gestores responsáveis pelas Secretarias de Turismo e Meio Ambiente, visando caracterizar a atividade turística dos três municípios estudados e o uso de suas lagoas. Utilizou-se, ainda no estudo de campo, um protocolo para identificar nas três lagoas as interferências ambientais decorrentes do turismo. O protocolo engloba cinco variáveis (1) Danos a Fauna e Flora, (2) Erosão do Solo, (3) Danos (diretos) ao recurso hídrico, (4) Infra-estrutura, (5) Educação Ambiental, contabilizando um total de 29 questões, cuja análise permitiu a determinação da qualidade ambiental. A essas questões foram, ainda, atribuídos pesos conforme suas resoluções a curto, médio e longo prazo. O resultado mostrou que as três lagoas possuem fluxo intenso durante o verão. A Lagoa da Fortaleza e a Lagoa da Rondinha foram classificadas como de qualidade Ruim e a Lagoa do Cipó foi classificada como Regular. Essa classificação se deu em boa parte devido as interferências identificadas no protocolo, tais como presença de vestígios de fogueiras, uso de veículos 4x4 que causam danos a vegetação e dunas, presença de construções, prática de esportes náuticos poluentes e falta de ações de educação ambiental na lagoa. No entanto uma maior participação da gestão pública no ordenamento e planejamento da atividade nesses locais diminuiria os problemas observados em campo.