O jardim de infância do Grupo Escolar Henrique Emílio Meyer de Caxias do Sul-RS(1946-1956)
Datum
2021-11-26Autor
Abreu, Elise Testolin de
Orientador
Souza, José Edimar de
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
Esta dissertação tem como objetivo analisar os processos de escolarização desenvolvidos no Jardim de Infância do Grupo Escolar Henrique Emílio Meyer (GEHEM) de Caxias do Sul, no período de 1946 a 1956, a partir de memórias e documentos compreendendo os sentidos atribuídos à infância no município de Caxias do Sul, RS. O recorte temporal adotado é de 1946, data de criação do jardim de infância, a 1956, data estipulada pelo fato de encontrar sujeitos que concordaram em conceder entrevista para esta pesquisa. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa na ótica teórica da História Cultural, fundamentando-se principalmente em Roger Chartier (1988; 2001) e Peter Burke (1992; 2008), além de diálogos com a obra de Bastos (2001; 2011; 2017). Utilizou-se da metodologia da História Oral, com roteiro de questões, e da Análise Documental histórica, considerando leis, decretos, jornais, fotografias acessadas em diferentes arquivos. Caxias do Sul, município da Serra Gaúcha, teve sua formação a partir de uma política imigratória brasileira, a de povoar terras devolutas, com mão de obra europeia, no final do século XIX. O processo migratório europeu deu-se na região a partir de 1875, com a chegada dos imigrantes italianos. A partir de 1930, houve mudanças no nível das indústrias caxienses. Desse modo, com o desenvolvimento da indústria, a população urbana cresceu rapidamente, assim como a cidade, exigindo uma organização e mudanças na área urbana por meio de planejamento da infraestrutura para atender às demandas da população. É nesse contexto que o prédio do GEHEM é construído, com características do Art Déco, que refletia a modernização do governo Getúlio Vargas. Em 1946 é criado o Jardim de Infância do GEHEM. O Parque Infantil Monteiro Lobato, primeiro parque infantil de Caxias do Sul, foi inaugurado em 1953. Sua construção tinha como objetivo atrair a população para atividades de lazer ao ar livre, com foco na educação, na literatura e no convívio entre vizinhos e moradores das redondezas. Em relação à análise das práticas desenvolvidas no Jardim de Infância do GEHEM, no período de 1946 a 1956, a partir das memórias dos ex-alunos, foi possível perceber a presença de alguns princípios estruturantes da Educação Infantil nas práticas do jardim: o brincar, o educar e o cuidar na perspectiva das práticas de higiene. O cotidiano do jardim estava permeado pelas práticas de nacionalização do ensino, principalmente nos momentos de festas, nos desfiles cívicos e nas comemorações de datas cívicas. E a presença do catolicismo, no cotidiano do jardim, era manifestada na hora da oração, na contação de história e nas comemorações de datas como a Páscoa e o São João. O rito de passagem com a festa da formatura, transição para outra etapa da Educação, simbolizando a autorização de seguir em frente. A pesquisa possibilitou refletir sobre a história da Educação Infantil nessa localidade e os modos como a infância, desde a década de 1940, estiveram nos projetos e horizontes políticos do município. [resumo fornecido pelo autor]