Sociedade e formação na tradição adorniana : perspectivas emancipatórias para além do neoliberalismo
Visualizar/ Abrir
Data
2022-03-16Autor
Calgaro, Miguel Agustinho
Orientador
Carbonara, Vanderlei
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Essa dissertação aborda o conceito de formação a partir da reflexão adorniana sobre educação e a crítica acerca dos efeitos da indústria cultural para a formação humana. Trata-se de investigação teórica, que identifica obstáculos formativos impostos pelo poder econômico na sociedade e aponta perspectivas de uma educação emancipatória. De acordo com Adorno, a educação é vista como um produto comercial e um conjunto de técnicas pragmáticas, cuja única finalidade é a promoção da ascensão econômica e social, impossibilita uma compreensão de conjunto da realidade, oculta a crítica social e institui e normatiza a alienação e as ideologias. É essa proposta de formação, típica da "sociedade administrada", fragmentada, superficial, acrítica e meramente técnica, que o frankfurtiano chama de "semiformação" (Halbbildung). Tal projeto, que apresenta os sentidos da existência como inquestionáveis e determinados, contribui para a reificação humana e para a sua permanência nos limites estreitos do mundo do trabalho e do consumo, mesmo nos momentos de lazer e de entretenimento, apartada do universo da cultura. Tendo em vista o desenvolvimento e a ampliação desse processo, com o advento das mídias digitais e da sociedade neoliberal, essa pesquisa busca o suporte de autores e estudiosos da tradição adorniana para refletir a respeito da dominação cultural nos dias atuais. Dentre as possíveis perguntas, indagamos: qual a importância e os caminhos possíveis para uma educação emancipadora no mundo contemporâneo? De que maneiras a onipresença da internet e das mídias sociais contribui para o aprofundamento da dominação cultural? Embora as respostas possam não ser assertivas ou definitivas para o problema da educação, o percurso crítico e reflexivo proposto por Adorno parece-nos contribuir decisivamente para a consciência da educação que queremos: aquela que não impõe obstáculos à reflexão e à busca por uma formação emancipatória. [resumo fornecido pelo autor]