'Quem não vive do mar, vive de quê?’ Sinalizadores de ‘repuxo’ do turismo em Torres/RS, a partir de ‘com-versações’ com moradores
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Data
2022-05-10Autor
Eme, Jennifer Bauer
Orientador
Baptista, Maria Luiza Cardinale
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente dissertação tem como objetivo geral propor sinalizadores de 'Repuxo' do Turismo em Torres/RS, a partir de 'com-versações' com moradores. Destaca-se que repuxo trata-se de um fenômeno marítimo que acontece a partir do excesso de água que é empurrado para a areia, pelas ondas e, que, pela gravidade, volta ao mar, formando um canal conhecido também como corrente de retorno. Na pesquisa, a metáfora reflexiva 'Repuxo' do Turismo está associada à discussão proposta por Baptista (2020), de Avesso do Turismo, como reconhecimento da trama complexa subjacente ao fenômeno. Trata-se de produção vinculada ao Amorcomtur! - Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese (CNPq-UCS), ligado ao Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade (PPGTURH) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). As trilhas teórico-conceituais da pesquisa são transversalizadas pela visão: contemporânea e complexa, conforme compreendida por Morin (2005), Capra (1997, 2020), Crema (1989), Deleuze e Guattari (1995), e Santos (2003; 2019). As trilhas teórico-conceituais referentes ao Turismo foram feitas com autores como Moesch (2000, 2004), Moesch e Beni (2017), Gastal (2002, 2005a) e Baptista (2018, 2020b, 2021), na compreensão de Turismo-Trama-Ecossistêmica. Em relação às narrativas e às 'com-versações', destacam-se autores como Medina (2006, 2014), Marcondes Filho (2008), Sodré (1986), Lima (2009, 2014), Maturana (1988) e Baptista (2018). Em alinhamento à orientação epistemológica, a estratégia metodológica é a Cartografia de Saberes composta pelas trilhas: Saberes Pessoais, Saberes Teóricos, Usina de Produção e Dimensão Intuitiva da Pesquisa, combinada com a produção das Matrizes Rizomáticas, como dispositivo de checagem do equilíbrio fluente da pesquisa (BAPTISTA, 2014, 2020b). A partir da produção das 'com-versações' e narrativas dos moradores, foi possível propor cinco sinalizadores de 'Repuxo' do Turismo, sendo eles: 1) Planejamento ecossistêmico do Turismo; 2) Cultura de interior como potência turística do lugar; 3) Construções e (des)construções da história arquitetônica do lugar; 4) Conexões ecossistêmicas com meio ambiente; e 5) Entrelaços de amorosidade de lugar, moradores e turistas. Os sinalizadores são marcados, principalmente, pelo entrelaçamento ecossistêmico entre eles. Percebeu-se que, em Torres/RS, o 'Repuxo' do Turismo tem como principal potencialidade a simplicidade e os laços de amorosidade, na vivência cotidiana, orientados pela tranquilidade do interior. Além disso, foi recorrente, nas falas dos moradores, a valorização de aspectos como segurança, qualidade de vida e as belas paisagens naturais, como sustentação para o forte laço afetivo desses sujeitos com Torres/RS. [resumo fornecido pelo autor]