Microbiota oral e estresse oxidativo em cães com doença periodontal e o potencial de terpenóides no controle bacteriano
Data
2023-02-24Autor
Tavares, Mauricio de Oliveira
Orientador
Delamare, Ana Paula Longaray
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A doença periodontal é uma enfermidade inflamatória e bacteriana que acomete os tecidos de suporte e sustentação dos dentes e tem grande importância na clínica de pequenos animais visto a grande incidência em cães já nos primeiros anos de vida. Conhecendo os microrganismos envolvidos nesse processo podemos determinar a patogenia da doença e como ocorre a instalação das lesões periodontais de acorco com a ação dessas bactérias, assim como elaborar novo protocolos de tratamento. O objetivo desse trabalho foi identificar as bactérias presente na microbiota oral de cães saudáveis, com gengivite e com periodontite, testar a ação de terpenos frente as bactérias isoladas e verificar a presença de estresse oxidativo na doença periodontal. Foram isoladas e identificadas 177 bactérias pertencentes a 4 filos e 27 gêneros diferentes. No grupo saudável a maior parte dos isolados identificados pertenceram aos gêneros Staphylococcus spp., Neisseria spp., Actinomyces spp., Chryseobacterium spp., Proteus spp., enquanto cães do grupo gengivite e periodontite apresentaram maior prevalência de Neisseria spp., Actinomyces spp., Corynebacterium spp., Pasteurella spp. Com a progressão da doença periodontal foi observado importante aumento de Neisseria sp. e de Corynobacterium sp. indicando que espécies destes gêneros ou o desequilíbrio provocado pelo seu aumento, podem ter papel importante na doença periodontal em cães. Os testes com terpenos foram realizados por diluição seriada dos terpenóides citral, geraniol, citronelal, alfa-terpineol, citronelol e terpineno 4ol sobre as bactérias Fredericksenia canicola, Neisseria zoodegmatis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus pseudointermedius, selecionadas para os testes pela maior viabilidade dos isolados. Os terpenos citral, geraniol, citronelol e ?-terpineol obtiveram os melhores resultados, similares e até superiores ao composto xilitol. Podemos concluir que os terpenos testados possuem propriedades antibacterianas e inibitórias frente as bactérias F. caninola, N. zoodegmatis e S. pseudointermedius, e dessa forma potencial uso para controle da doença periodontal em cães. A análise do estresse oxidativo gerado na doença periodontal pode ser um biomarcador de lesão tecidual e agravamento da enfermidade, para isso foi realizada a quantificação da peroxidação lipídica (TBARS) e da capacidade antioxidante total (TEAC) de cães com periodontite. O estudo traz evidências da presença do estresse oxidativo na doença periodontal, visto que ocorreu um aumento significativo de TBARS de 43,81% em relação ao grupo controle e ainda sugere uma melhora da capacidade antioxidativa após tratamento, pois observou-se aumento de TEAC de 8% no grupo de cães tratados. [resumo fornecido pelo autor]