Produção de fenol-oxidases e degradação de corantes têxteis por políporos (basidiomycota) isolados na Região Sul do Brasil.
Visualizar/ Abrir
Data
2018-10-26Autor
Carrascoza, Lígia Soares
Orientador
Camassola, Marli
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Fungos políporos coletados na Região Sul do Brasil foram avaliados com relação à produção de enzimas extracelulares, sendo os mais promissores selecionados para os cultivos submerso e em estado sólido e caracterização dos caldos enzimáticos produzidos. Em ambas as formas de produção, destacou-se a linhagem de Trametes hirsuta 358/10, em que lacases e manganês
peroxidases sobressaíram-se. As maiores atividades de lacases foram 131,13 ± 32,37 U/mL (cultivo submerso) e 631,57 ± 42,99 U/g (cultivo em estado sólido). Para manganês peroxidases, as maiores atividades foram 8,72 ± 2,29 U/mL e 246,97 ± 28,36 U/g. O pH que possibilitou a maior atividade de lacases para ambos os cultivos foi 3,5, em tampão citrato de sódio, na temperatura de 30°C; porém, as enzimas provenientes do cultivo em estado sólido apresentaram maior termoestabilidade. Ainda, foi verificado que as lacases produzidas nos dois sistemas de cultivo demonstraram afinidade semelhante pelo substrato ABTS, apesar das diferentes massas moleculares, dependendo da forma de produção. O potencial biotecnológico de T. hirsuta 358/10 foi explorado para a descoloração de corantes têxteis, mostrando uma ampla variação dependendo do corante e do sistema de produção dos caldos enzimáticos. Os
corantes da classe antraquinona Acid Blue 80 e Reactive Blue 220 foram os mais eficientemente descoloridos, acima de 90%, pelo caldo do cultivo submerso, enquanto as reações com o extrato do cultivo em estado sólido apresentaram descolorações menos expressivas, sobressaindo-se a do corante da classe trifenilmetano Brilliant Green com descoloração acima de 80%. Porém, os testes de toxicidade revelaram que a descoloração não está diretamente relacionada à detoxificação e que, nesse ponto, o extrato do cultivo em estado sólido foi mais satisfatório ao diminuir a toxicidade aguda ao microcrustáceo Daphnia magna dos corantes Acid Blue 80 e Reactive Blue 220 e não interferir negativamente no
crescimento corporal do nematódeo Caenorhabditis elegans, no teste de toxicidade crônica, em concentrações abaixo de 25% destes corantes após tratamento.