Valor preditivo de características clinico-patológicas e da expressão de genes de reparo do DNA na resposta à quimioterapia neoadjuvante em pacientes com câncer de mama
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Data
2021-12-17Autor
Kneubil, Maximiliano Cassilha
Orientador
Henriques, João Antonio Pêgas
Ely, Mariana Roesch
Metadata
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Durante a última década, análises genômicas utilizando "microarrays" têm revolucionado o campo da pesquisa do câncer de mama (CM). Há inúmeras evidências científicas que asseguram a utilidade clínica do ensaio de 21 genes (Oncotype DX) e do ensaio de 70 genes (MammaPrint) em pacientes com CM, predizendo a recorrência dessa neoplasia e a magnitude do benefício da quimioterapia. No entanto, atualmente, não existe uma ferramenta genética capaz de predizer a quimiossensibilidade à quimioterapia neoadjuvante (QTNA) no tratamento do CM. O presente estudo avaliou o valor preditivo da expressão de genes relacionados ao reparo de DNA no cenário de QTNA. Foram analisadas 98 pacientes com CM submetidas a QTNA, sendo selecionadas 95 amostras de biópsias percutâneas pré-QTNA e 32 amostras de tumor residual pós-QTNA de espécimes cirúrgicas, fixadas em formalina e incluídas em parafina, utilizando a técnica da reação em cadeia da polimerase quantitativa por transcrição reversa em tempo real (RT-qPCR). Foram avaliados 11 genes: BRCA1, PALB2, RAD51C, BRCA2, ATM, FANCA, MSH2, XPA, ERCC1, PARP1 e SMN1 e utilizados 3 genes de referência: ACTB, GAPDH e GUSB. Das 98 pacientes, 33 (33,7%) alcançaram resposta patológica completa (RPC). A expressão de 2 genes avaliados em biópsias pré-QTNA (PALB2 e ERCC1) foi menor em pacientes com RPC quando comparadas a pacientes sem RPC (p=0,005 e p=0,009, respectivamente). Não houve correlação entre o subtipo molecular e expressão de genes de reparo do DNA. Os genes BRCA2 (p=0,009), ATM (p=0,004), FANCA (p=0,001), e PARP1 (p=0,011) apresentaram uma expressão mais baixa nas amostras de tumor residual pós-QTNA (n=32) quando comparadas com amostras de biópsia pré-NACT (n=98). Como conclusão, a expressão de 2 genes avaliados em biópsias pré-QTNA (PALB2 e ERCC1) foi menor em pacientes com RPC e a expressão de 4 genes (BRCA2, ATM, FANCA and PARP1) foi menor nas amostras de tumor residual pós-QTNA quando comparadas com amostras de biópsia pré-NACT. O perfil genético ou assinatura da expressão de genes de reparo poderia ser uma ferramenta útil na predição de quimiossensibilidade no cenário neoadjuvante, permitindo selecionar melhor as pacientes que teriam benefício com a QTNA. Além disso, estas alterações no sistema de reparo do DNA podem ser consideradas alvos terapêuticos no tratamento do CM. [resumo fornecido pelo autor]