Avaliação da atividade antioxidante, mutagênica e antimutagênica de polpas de frutas
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Data
2014-05-22Autor
Spada, Patrícia Kelly Wilmsen Dalla Santa
Orientador
Salvador, Mirian
Metadata
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Vários estudos têm demonstrado que o consumo de frutas está associado a redução nos índices de doenças neurodegenerativas, cardiovasculares e câncer. Embora diversas frutas in natura e compostos isolados de frutas já tenham sido estudados, existem poucos dados acerca da composição e atividade biológica de frutas congeladas, as quais tem sido amplamente utilizadas pela população no preparo de sucos e, também, como matéria-prima pelas indústrias de alimentos. Em vista disso, este trabalho teve como objetivo avaliar a composição, a atividade antioxidante, mutagênica e antimutagênica de 23 polpas de frutas congeladas. Foram avaliados os teores de carboidratos, lipídios, proteínas, vitamina C, polifenóis totais, carotenóides e minerais de todas as frutas. A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade de varredura do radical livre 1,1-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH*) e atividades superóxido dismutase e catalaselike. Para a polpa de açaí, foram realizados, também, ensaios em homogeneizados de cérebro de ratos Wistar. Para avaliação da atividade mutagênica e antimutagênica, utilizou-se a linhagem XV185-14C de S. cerevisiae, que permite a detecção de dois tipos de mutações, revertentes locus específica e mudança na leitura do quadro genético (frameshift). Conforme o esperado, as polpas apresentaram baixos teores de lipídios e proteínas (ausência ou inferior a 1 mg%). O coco foi a única fruta com valores insignificantes de carboidratos em sua composição. Mesmo congeladas, as frutas mostraram um conteúdo significativo de polifenóis, carotenóides, ácido ascórbico, macro e microminerais. A maioria das polpas avaliadas (74%) apresentou capacidade antioxidante in vitro (DPPH*) igual ou superior à da vitamina C. Este efeito mostrou correlação positiva com o conteúdo de carotenóides (r = 0,366; p menor ou igual 0,01). Todas as amostras apresentaram atividade catalase-like e 56% das frutas, atividade superóxido dismutase-like. O açaí mostrou-se capaz de reverter os danos oxidativos induzidos pelo peróxido de hidrogênio em córtex, cerebelo e hipocampo de ratos Wistar. Quando ensaiadas em altas concentrações (5, 10, 15 % p/v) as polpas de açaí, caju, kiwi e morango mostraram atividade mutagênica, a qual apresentou correlação positiva com carotenóides (r = 0,793, p menor ou igual 0,05), polifenóis (r = 0,793, p menor ou igual 0,05) e ácido ascórbico (r = 0,793, p menor ou igual 0,05). Doze frutas apresentaram importante atividade antimutagênica, a qual mostrou correlação positiva com a atividade catalase-like (r = 0,400, p menor ou igual 0,01). Embora outros estudos sejam necessários, os dados obtidos neste trabalho mostram que as frutas, mesmo congeladas, apresentam importante atividade antioxidante e antimutagênica, podendo minimizar os danos oxidativos associados a diversas doenças.