Associação de polimorfismos nos genes MSX1 e PAX9 com agenesia dentária
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Data
2014-06-17Autor
Boeira Júnior, Breno Ramos
Orientador
Echeverrigaray, Sérgio
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A agenesia dentária é a falha do desenvolvimento do germe dentário causando a ausência definitiva do dente. Constitui–se na anomalia dentária mais comum, afetando até um quarto da população em geral. A principal causa está relacionada com a função anormal de genes específicos que desempenham um papel chave durante a odontogênese, especialmente o MSX1 e o PAX9. Apesar da alta frequência dessa anomalia, apenas algumas mutações no MSX1 e no PAX9 foram associadas com a agenesia não–sindrômica até o momento. Uma vez que um número maior de indivíduos afetados é esperado nos próximos anos, uma análise mais profunda dos defeitos genéticos que levam à agenesia torna–se fundamental. O objetivo desta pesquisa foi estudar seis famílias segregando oligodontia/hipodontia não–sindrômica, além de investigar a presença de mutações nos genes MSX1 e PAX9 com a finalidade de associar fenótipo e genótipo. As famílias, que apresentam mais de um integrante com agenesia, foram selecionadas a partir de uma clínica particular. Amostras de células epiteliais bucais foram coletadas de todos os indivíduos por meio de escovas citológicas. O DNA foi isolado, amplificado e sequenciado. Todas as sequências foram comparadas com as existentes no GenBank. A homologia das sequências mutantes também foi comparada utilizando–se o software online BLAST. Os genes MSX1 e PAX9 de dez indivíduos controle não afetados e sem grau de parentesco também foram sequenciados. Foi identificada uma nova mutação missense no exon 2 próximo ao final do domínio pareado do PAX9 em três famílias. A mutação heterozigótica C503G resulta em uma troca de aminoácido de alanina para glicina no resíduo 168 (Ala168Gly), o qual é invariavelmente conservado entre várias espécies. A mudança alanina–glicina pode determinar uma alteração da estrutura proteica devido às propriedades únicas de flexibilidade da glicina, levando à agenesia dentária. Tal mutação não encontra–se registrada em nenhum banco de dados conhecido ou na literatura sendo, portanto, inédita. As mutações intrônicas IVS2–109G>C, IVS2–54A>G e IVS2–41A>G também foram identificadas no PAX9. Essas variantes polimórficas podem estar envolvidas no fenótipo uma vez que um probando, o qual apresentou todas as três mutações intrônicas em homozigose, foi afetado com a mais severa forma de oligodontia dentro da amostra. A transição * 6C>T foi identificada no exon 2 do MSX1, em apenas uma família. Devido ao fato de estar localizada seis bases após o stop codon, essa mutação homozigótica pode dificultar/alterar o término da tradução contribuindo, assim, para o fenótipo. Novos estudos acerca da expressão gênica em um número maior de famílias afetadas irá aumentar o conhecimento sobre agenesia dentária. Tal entendimento permitirá alcançar melhores opções de tratamento e, talvez, uma ferramenta de diagnóstico precoce que, possivelmente, envolverá o exame de DNA baseado em variantes polimórficas. Todos esses dados podem auxiliar a clínica odontológica em um futuro próximo.