A dinâmica da relação de acolhimento entre intercambistas acadêmicos estrangeiros e acolhedores institucionais
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Data
2020-07-09Autor
Sartori, Fabiola Carla
Orientador
Santos, Marcia Maria Cappellano dos
Metadata
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Considerando a expansão e a valorização do processo de internacionalização das instituições de ensino superior, observa-se a difusão dos programas de mobilidade acadêmica alinhados com o cenário fortemente marcado pela globalização, pela era da informação e por aceleradas e constantes transformações. Tendo em conta esse contexto, o presente trabalho tem como objeto de estudo a identificação de sinalizadores da dinâmica de acolhimento que se instala entre estudantes intercambistas estrangeiros e acolhedores institucionais, sendo considerada a voz dos sujeitos acolhidos. Almeja-se analisar como a Instituição, na qualidade de um Corpo Coletivo Acolhedor, se organiza sistemicamente para e na relação de acolhimento de intercambistas acadêmicos estrangeiros, considerando o potencial
de ambos para a aprendizagem e o desenvolvimento. A pesquisa, na modalidade estudo de caso, define-se como predominantemente qualitativa, com abordagem hermenêutica. O processo analítico-interpretativo dos dados coletados pautou-se pela análise discursiva enunciativa associada à análise de conteúdo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 30 estudantes graduandos
estrangeiros da Universidade de Caxias do Sul participantes de programas temporários de mobilidade acadêmica, decorrentes de acordos bilaterais e/ou redes de cooperação interinstitucionais. Os intercambistas são provenientes de
países da América Latina, da América do Norte, da África e da Europa. As
entrevistas giraram em torno de cinco eixos, focalizando razões para realizar
intercâmbio, marcas da chegada à UCS e das primeiras experiências, destaques
de aspectos positivos e a melhorar transcorrido um tempo de estada no local de
destino, marcas da experiência como intercambista especificamente com relação
ao acolhimento e destaques a um interessado em vir à UCS como intercambista.
De acordo com a voz dos sujeitos entrevistados, evidencia-se, de modo geral, uma
valência positiva na menção às experiências vividas no intercâmbio. As
referências prevalentes nas verbalizações voltam-se à estrutura física,
organizacional e funcional da Universidade, à qualificação institucional científicopedagógica, mas, principalmente às relações sócio-humanas aí estabelecidas, com destaque às ações empreendidas pela Assessoria de Assuntos Internacionais
no momento da chegada e às interações com professores ao longo do período de intercâmbio. Diferindo disso, são mencionadas dificuldades de integração particularmente com colegas de convívio dos intercambistas, depreendendo-se que o aluno regular não parece desfrutar, como esperado, dessa experiência e oportunidade de relação com o Outro, que o intercâmbio lhe possibilita. São
apresentados testemunhos de que o acolhimento qualifica o “encontro acadêmico”, no sentido da potencialização de aprendizagens decorrentes da troca cultural, científica, tecnológica, pedagógica, mas, especialmente, daquelas derivadas das relações humano-sociais. Os resultados vêm corroborar a positividade das relações de acolhimento do estudante intercambista estrangeiro
pela instituição analisada como um Corpo Coletivo Acolhedor, na medida em que ambos podem desenvolver aprendizagens cognitivas, afetivas e relacionais.