A matemática da miniempresa: conhecimentos para desenvolver visões empreendedoras no contexto escolar
Fecha
2020-09-30Autor
Marchetti, Silvano
Orientador
Lima, Isolda Gianni de
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Este trabalho relata uma pesquisa qualitativa que envolveu estudantes do turno da noite do terceiro ano do Ensino Médio. O tema principal escolhido para o seu desenvolvimento foi a aprendizagem Matemática tendo como pano de fundo o empreendedorismo na educação, cuja intencionalidade corresponde à formação de um sujeito crítico e participativo no meio social, com capacidade de construir conhecimentos de administração financeira pessoal. As atividades propostas aos estudantes foram concomitantes à aplicação, na escola, do programa Miniempresa, da Junior Achievement, organização sem fins lucrativos que promove educação econômica-empresarial na escola, e funcionaram como apoio ao seu desenvolvimento. Nos encontros do programa, os alunos vivenciaram experiências comuns a práticas de criação de uma empresa. Além disso, escolheram o artigo de produção sobre o qual pensaram o empreendimento e, a partir dele, foram orientados a compreender questões de viabilidade produtiva segundo a aceitação do produto pelos consumidores. Nas aulas de Matemática, que são o objeto desta pesquisa e se desenvolveram paralelamente ao programa Miniempresa, realizam-se atividades matemáticas voltadas à formação financeira, e discussões sobre as possibilidades e as exigências que se apresentam no mundo do trabalho atualmente. O objetivo dessas intervenções foi, então, o de complementar a formação de estudantes socialmente ativos e praticantes conscientes da cidadania. O processo metodológico das atividades das aulas foi estruturado com base em um questionário de conhecimentos prévios e em três sequências didáticas. Inspiradas nas ideias de Antoni Zabala, essas sequências didáticas priorizam a realização de atividades por pequenos grupos, que permitam valorizar as iniciativas individuais dos estudantes, e seus registros apresentam-se em diversos meios, como notas do professor, fotografias, explanações e produções dos estudantes. A fundamentação teórica está, ainda, baseada na aprendizagem significativa e colaborativa, tendo Lev Vygotsky e David Ausubel como teóricos-chave na organização das ações e na interpretação dos resultados obtidos. Como complemento do campo teórico, adota-se a perspectiva da escola cidadã, de Moacir Gadotti, e, em relação ao empreendedorismo visto enquanto ciência, tem-se como referência Fernando Dolabela e José Dornelas. Quanto aos resultados, o enfoque em uma perspectiva de avaliação formativa permite afirmar que as análises e a interpretação dos dados obtidos suscitaram indícios de aprendizagem significativa pelos estudantes pesquisados, bem como de seu envolvimento nos estudos individuais e de grupo. Durante o percurso, os estudantes também desenvolveram iniciativas de estudo com a utilização de recursos tecnológicos, cabendo destaque à calculadora financeira HP 12C. Ainda, adotou-se a ressignificação do erro como forma de aprendizagem e incentivo ao debate entre os estudantes. Como produto educacional resultante deste trabalho propõe-se um roteiro didático de cunho potencialmente significativo a ser disponibilizado aos professores para análise e aplicação.