Práticas ambientais na seleção, no planejamento e na comercialização do ecoturismo : informações de agências de ecoturismo do Rio Grande do Sul
Fecha
2015-03-06Autor
Machado, Álvaro Luis de Melo
Orientador
De Conto, Suzana Maria
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Que critérios ambientais são utilizados para planejar, implantar e vender um produto de ecoturismo? Que práticas ambientais apresentam os destinos ecoturísticos? A dimensão ambiental é contemplada pelos agentes de viagem no planejamento, na implantação e comercialização de um pacote ecoturístico? A presente investigação propõe-se a examinar as práticas ambientais contidas na seleção de destinos de ecoturismo, no planejamento da atividade nos municípios detentores de tais destinos e na comercialização oferecida pelos agentes de viagem que proporcionam o contato do turista com o ambiente natural. Assim, o objetivo principal da pesquisa é examinar as relações que se estabelecem entre as informações que os gestores de agências de viagem têm sobre o ecoturismo e as práticas ambientais previstas na seleção, no planejamento e na comercialização de pacotes ecoturísticos. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, sendo o questionário e a observação direta as técnicas de coleta de dados. Para atender ao objetivo foram pesquisados 20 gestores de agências de ecoturismo do estado do Rio Grande do Sul. As observações diretas foram realizadas nos três principais destinos de ecoturismo do Rio Grande do Sul apontados pelos gestores das agências. As perguntas que compõem o questionário estavam relacionadas, além dos dados gerais dos gestores, à visibilidade das políticas ambientais da agência e do destino; à educação ambiental; ao compromisso ambiental da agência e dos destinos; à existência de programas de coleta seletiva de resíduos sólidos, de controle do uso da água, de diminuição do uso de energia elétrica e de coleta e tratamento de esgoto nos destinos turísticos; ao conhecimento de políticas de ecoturismo inseridas no plano diretor e na Agenda 21 dos municípios; às políticas de proteção ao ambiente natural; às medidas para minimizar impactos; aos impactos das construções e ao apoio da visitação pública como fator de proteção ambiental. Os resultados obtidos com a pesquisa permitem concluir que, em geral, as práticas ambientais não são consideradas critérios para a seleção dos destinos de ecoturismo e que as mesmas não estão presentes, em sua totalidade na formatação e comercialização dos pacotes de ecoturismo. Assim, é importante construírem-se novos conceitos na seleção, no planejamento e na comercialização do ecoturismo, nos quais as práticas ambientais sejam contempladas de forma efetiva. Nesse sentido, os cursos de graduação e de stricto sensu em turismo têm um papel fundamental na formação de profissionais para atuar na gestão das organizações turísticas baseadas em uma visão mais sistêmica, em que a dimensão ambiental faça parte do planejamento estratégico dessas organizações. Como foi constatado com a realização da pesquisa, é necessária uma gestão baseada em critérios ambientais, que determinem produtos que considerem a relação sustentável do visitante com o ambiente natural; que englobem as relações entre as pessoas (gestores de agências, gestores públicos, turistas e população local), com os recursos naturais disponíveis e o espaço que as mesmas necessitam para a realização de práticas ecologicamente adequadas. Nesse sentido, é possível que o entendimento do caráter sustentável do ecoturismo se torne mais visível para o agente de viagem e para o turista.