Identificação de espécies de Colletotrichum associadas com videiras e atividades antifúngica de monoterpenos sobre Colletotrichum spp. e Saccharomyces cerevisiae
Mostra/ Apri
Data
2022-03-22Autore
Scariot, Fernando Joel
Orientador
Echeverrigaray, Sergio
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A podridão da uva madura é uma das principais doenças que ocorrem nos vinhedos do sul do Brasil, entretanto, existe pouca informação sobre as espécies de fungos responsáveis pela doença. Os óleos essenciais e seus compostos majoritários, os monoterpenos, são considerados alternativas para o controle de doenças fúngicas, como a podridão da uva madura causada por espécies de Colletotrichum. Entretanto, o modo de ação desses compostos ainda precisa ser elucidado. O trabalho teve como objetivo o isolamento e identificação de espécies de Colletotrichum oriundas de videiras com sintomas de podridão da uva madura, assim como a avaliação da atividade fungicida e determinação do modo de ação de monoterpenos sobre os isolados de Colletotrichum e a levedura modelo Saccharomyces cerevisiae. Um total de 61 isolados foram obtidos a partir de uvas com sintomas de podridão da uva madura, os isolados foram identificados por sequenciamento e análise filogenética de GAPDH, TUB2, LSU e ITS. Os dados mostraram a presença de seis espécies de Colletotrichum, C. viniferum (23), C. fructicola (22), C. kahawae (6), C. nymphaeae (7), C. limitticola (1) e C. karstii (2). Com destaque para C. limitticola e C. karstii que pela primeira vez foram associados com a podridão da uva madura. Então, a atividade fungicida de 20 monoterpenos foi testada sobre isolados de Colletotrichum e sobre S. cerevisiae. Observou-se que os monoterpenos oxigenados apresentaram maior atividade antifúngica em comparação com os outros grupos. Os monoterpenos citral e geraniol apresentaram as maiores atividade sobre Colletotrichum e S. cerevisiae. O modo de ação destes monoterpenos em Colletotrichum foi associado com perda da integridade da membrana celular, acúmulo intracelular de espécies reativas de oxigênio, embora sem evidências de perda do potencial da membrana mitocondrial. Complementarmente, em S. cerevisiae foi observado que o tratamento com citral e geraniol causou perda na integridade da membrana e parede celular, acumulo de espécies reativas de oxigênio, e evidências de apoptose metacaspase dependente, em que o mutante Δyca1 apresentou maior resistência a ambos monoterpenos. Esse estudo contribui para uma melhor compreensão das espécies de Colletotrichum associadas com a podridão da uva madura em videiras, além disso, apresenta alternativas para o controle desse fungo através da utilização de monoterpenos.