A educação social e a autonomia de adolescentes em medida protetiva: uma concepção freireana no acolhimento institucional
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Data
2020-03-16Autor
Bays, Ingrid
Orientador
Haddad, Sérgio
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A história da infância e da adolescência institucionalizada no Brasil transita como objeto de estudo em diferentes contextos em razão de que há muito o que ser desmistificado, desmembrado e revisitado. Do período da Roda dos Expostos até hoje, perpassando pela doutrina da situação irregular até a doutrina da proteção integral, vigente a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA de 1990, mudanças ocorreram na forma de condução das instituições e na escolha de profissionais para atuarem com esse segmento da população, finalmente priorizando-se as pessoas da área social, notadamente que se envolvem com educação social e educação popular, a exemplo do município de Caxias do Sul/RS. Apesar disso, os quase trinta anos que se passaram desde o ECA não se desfizeram completamente dos resquícios de períodos autoritários e segregadores. A nível de contexto histórico, dedicou-se um capítulo para investigar os serviços de acolhimento no município de Caxias do Sul/RS, perpassando a COMAI e a FAS, por meio de informações contidas no Arquivo Público Municipal e em matérias de jornais que circulavam pela cidade e pela região na época, atravessando internatos e abrigos e, posteriormente, visualizando novas perspectivas de acolhimento. A partir desse contexto histórico, buscou-se, diante de pesquisa exploratória, por meio de levantamento de dados bibliográficos aliados aos caminhos etnográficos vivenciados em um serviço de acolhimento da cidade de Caxias do Sul/RS, identificar evidências da educação social na perspectiva freireana de autonomia de adolescentes que vivem na instituição, analisando-se o cotidiano tanto na perspectiva de adolescentes quanto
na de profissionais da educação social. Visualiza-se que, apesar das (in)definições sobre o papel de profissional da educação social, a possibilidade de utilização da pedagogia social como estratégia e como epistemologia da esperança no território institucional é lutar pelas garantias de que adolescentes em medida protetiva recebam um atendimento digno, de pessoas com olhar crítico, ao mesmo tempo cuidadoso, afetivo e acolhedor e que auxiliem na construção de sua autonomia, superando barreiras institucionais.